Cerca de mil agentes da polícia moçambicana morrem de SIDA por ano, uma situação que afecta a capacidade operativa da corporação, revelou hoje o ministro do Interior de Moçambique, José Pacheco.
Ao intervir na assembleia-geral dos Serviços Sociais do Ministério do Interior, o ministro reconheceu que o impacto da SIDA está atingir o esforço de combate à criminalidade no país e a atrasar o objectivo de aumento dos recursos humanos.
Descrevendo a situação actual do HIV/SIDA em Moçambique como uma "emergência nacional", José Pacheco frisou que a abordagem do problema "exige uma profunda reflexão".
O ministério do Interior moçambicano recomendou recentemente aos oficiais da polícia a realização de testes da SIDA, mas a iniciativa suscitou uma reacção negativa por receio de que os resultados dos exames pudessem ser usados para marginalizar os visados.
A SIDA é um dos maiores problemas de saúde pública em Moçambique, com os últimos dados a indicar que cerca de 16 por cento da população pode estar infectada pelo vírus e que perto de 500 pessoas são contaminadas por dia.
Apesar dos elevados recursos financeiros destinados ao combate à doença nos últimos anos, o ministro da Saúde de Moçambique, Ivo Garrido, admitiu recentemente que as estratégias de luta contra o vírus do HIV/SIDA implementadas até ao momento foram um "fracasso".
DIÁLOGOS LUSÓFONOS - 31.08.2005