(Maputo) Desde a introdução da economia do Mercado no país, os clubes
desportivos ressentem-se da retirada dos patrocínios das empresas, daí a sua
descapitalização e o contínuo decréscimo da actividade desportiva em
quantidade e qualidade, aliado à carrupção, degradação da ética e da moral
no seio das direcções, informação prestada ontem pelo ministro da Juventude
e Desportos, David Simango, falando na abertura do V Conselho Coordenador
que desde ontem decorre em Maputo.
Conforme o ministro, "à crise do desporto nacional, acresce-se o estado
avançado da degradação da maior parte das infra-estruturas, cuja sua
reabilitação e manutenção acareta elevados custos", e por um lado, "o
crescente devórcio de sócios dos clubes".
Relativamente a degradação das infra-estruturas desportivas, David Simango
avançou que "o estado actual das infra-estruturas existentes no país, pouco
recomenda a realização de obras de restauro ou adaptação, em virtude das
mesmas se encontrarem desactualizadas em relação aos padrões
internacionalmente aceites e à modernidade que a realidade actual impõe em
relação aos equipamentos desportivos".
Argumentando o raciocínio, o chefe do pelouro da Juventude e Desportos
sublinhou que "o Estádio da Machava, o maior do país e com a capacidade
para cerca de 35 mil ingressos é uma das infra- estruturas desportivas
desactualizada dos padrões internacionais aceites" e, cuja ideia de
remodelação ou reconstrução ainda não reúne consenso.
VICE-MINISTRO
Por outro lado, a uma pergunta sobre a existência de um plano concreto para
revitalização das infra-estruturas desportivas em avançado estado de
degradação, o vice ministro dos Desportos, Carlos de Sousa Cazé,
reconhecendo a franca rentabilidade das actividades desportivas no país,
disse não estar em estudo um plano nesse sentido.
O vice-ministro esclareceu que "o Governo não fará uma intervenção directa",
pois as mesmas infra-estruturas são propriedade de clubes, cada um com plano
ao seu critério, acrescentando que cabe ao Governo, "a dinamização de
investimentos desportivos com vista a rentabilidade económica e massificação
do desporto".
BALANÇO DE ACTIVIDADES
No quinquénio 2000-2004, o Ministério da Juventude e Desportos(MJD) aplicou
um total de 270.250.000 contos, dos quais, 55.660.000 contos em 2004, contra
14.794.000 contos em 2000.
No orçamento sobre Actividades Específicas, no valor de 22.816.000 contos,
inclui-se 10.316.000 contos relativos aos 1ºs Jogos Desportivos da SADC.
O balanço relatório refere que em virtude do MJD não possuir instalações
suficientes para albergar todos os serviços, gasta-se anualmente cerca de
700 mil contos em arrendamentos a uma imobiliária.
Por um lado, o ministério procedeu ao pagamento de uma divída de dois mil
contos referente aos compromissos financeiros no Conselho Superior dos
Desportos de África e no Commonwealth Youth Programme.
Contudo, só pelo desalfandegamento de material desportivo e equipamento, o
MJD gastou no ano passado cerca de 11.787.000 contos.
O V Conselho Coordenador do MJD que termina amanhã tem uma proposta de
orçamento no valor de 54.423.035.000 Mt, para a realização das
actividades de 2006, nomeadamente: "20.200.000.000MT para a Área da
Juventude; 27.603.030.000MT para a Área do Desporto; 3.225.000.000MT para a Área de Cooperação Internacional e 3.935.000.000MT para a Área de Desenvolvimento Institucional".
(Aurélio Muianga) - VERTICAL - 25.08.2005