Os ministros da Saúde de África declararam hoje a tuberculose uma "emergência" no continente e exigiram compensações dos países ricos pela fuga de quadros qualificados.
As duas decisões constam do relatório final adoptado pelos 46 ministros da saúde que participaram na 55ª sessão do comité regional da Organização Mundial da Saúde para África, que terminou hoje na capital moçambicana.
No documento, com 51 páginas e 214 parágrafos, os responsáveis africanos da Saúde assinalam que 1500 pessoas morrem todos os dias de tuberculose em África e que no ano passado se registaram 3,2 milhões novos casos da doença.
"A epidemia da tuberculose atingiu contornos de emergência, apesar dos significativos esforços empreendidos pelos Estados africanos para estancar esse flagelo", sublinham.
Por outro lado, os países africanos apontam a fuga de quadros da saúde como uma das causas da incapacidade dos sistemas sanitários do continente para vencerem os desafios que têm de enfrentar.
Nesse sentido, destaca o documento, impõe-se moralmente o pagamento de recompensas pelos países que beneficiam da fuga de quadros aos países que perdem pessoal qualificado da área da saúde.
O relatório final da cimeira da OMS/África considera ainda que a estratégia de combate à SIDA no continente falhou, situação que só pode ser invertida através de "intervenções excepcionais".
Nesse âmbito, os responsáveis africanos da Saúde acolheram favoravelmente a proposta do director regional da OMS/África, o angolano Luís Sambo, de se declarar 2006 o "Ano da Aceleração da Prevenção contra o HIV/SIDA".
A 55ª sessão do comité regional da OMS para África defendeu igualmente o envolvimento da medicina tradicional no combate ao HIV/SIDA, dado o impacto da actuação dos médicos tradicionais nas comunidades africanas.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 26.08.2005