Vicente Mebunia Veloso é acusado pelo Ministério Público (MP) de haver desfalcado o estado moçambicano em 30 mil dólares (720 milhões de meticais) para obras de beneficiação á sua quinta no distrito da Moamba.
Deu ontem, dia 25 de Agosto, entrada no Tribunal do Distrito 1 a acusação do MP contra Veloso.
Especificamente, pesam sobre Vicente Veloso acusações de ter utilizado mão-de-obra, serviços e materiais daquela empresa pública para a realização de obras privadas.
Segundo a acusação, à determinada altura, Veloso terá dado instruções ao director da área operacional da província de Maputo, Isaías Rabeca, para que dirigisse um projecto de interligação de uma linha de 33 quilómetros entre a Moamba e Boane, no qual Veloso foi beneficiário. Este projecto foi traçado em Agosto de 2002, com um plano de realização de 60 dias.
Isaías Rabeca terá apresentado ao Departamento de Administração e Finanças (DAF) da EDM um plano de electrificação orçado em 132370 dólares. Com base no projecto, foi construída uma linha de 12 quilómetros, a qual terminava numa propriedade da pertença de Vicente Veloso, com uma área de 20 quilómetros quadrados.
É um abuso, disse ao SAVANA, uma fonte do Ministério Público. `Eles usaram meios do Estado, de borla´. Na óptica dos investigadores do caso, Veloso deveria ter seguido os procedimentos normais, submetendo um pedido formal e suportando as despesas.
`O PCA deu ordens verbais a Isaías Rabeca, este não cobrou nada, e no processo lesaram o Estado´, disseram as fontes.
No processo ora remetido ao tribunal, Rabeca é acusado de co-autoria material.
Como parte das investigações sobre o caso, Rabeca confirmou ao SAVANA ter prestado declarações na Unidade Anti-Corrupção por `cerca de três ou quatro vezes´.
Contudo, Rabeca ressalvou que o `assunto está ligado ao PCA da EDM. O que eu fiz foi conceber o projecto que liga Boane e Moamba. Mas é verdade que a quinta do presidente também está nesta zona´.
Rabeca disse que, no momento em que aconteceu o projecto, nem sequer sabia que o seu PCA tinha alí algum interesse pessoal. `Se alguém forçou para que a energia chegasse alí, não sei, e por isso estou tranquilo´.
SAVANA - 26.08.2005