(Xai Xai) Na província que viu nascer Heróis Nacionais que mudarem para o
melhor a história deste país, nomeadamente, Eduardo Chivambo Mondlane,
Samora Moisês Machel e Joaquim Alberto Chissano, para não falar dos outros,
30 anos depois da Independência de Moçambique, um médico está para 39.347
pessoas e um enfermeiro para 1.379 habitantes, indicam dados a que o "vt"
teve acesso junto das autoridades ligados ao sector da saúde em Gaza,
província com população estimada em 1.062.380 habitantes(censo de 1997).
De acordo com uma fonte da Direcção Provincial da Saúde(DPS), "o número de
quadros da Saúde ainda é muito reduzido para aquilo que são as necessidades
de atendimento da população nas diversas unidades sanitárias de Gaza" e
acrescentando que "o desejável, seria pelo menos termos dois médicos em cada
distrito e com Hospital Rural(HR), porque nestas unidades as necessidades
são muitas".
Para a nossa fonte, "os distritos com maior número da população, como são
os casos de Chicualacuala, Massagena, Chigubo e Mabalane, o desejável seria
termos dois médicos afectos às unidades e igual número de médicos nos
distritos".
Só para elucidar o gráfico, por exemplo, o Hospital Provincial Gaza(HPG)
sediado em Xai Xai conta com 14 médicos, dos quais, quatro(4) são
moçambicanos e dez(10) estrangeiros, sendo três obstetras, dois pediatras,
dois internistas, um cirurgião, um anestesista, um ortopedistas, um dentista
e três clínicos gerais.
Porém, o distrito de Chókwè conta com cinco médicos, "uma médica afecta na
Direcção distrital, dois no Hospital Rural, uma médica(irmã) no Hospital
Anexo Carmel e uma outra no Hospital de Chalucuane.
Outros distritos como são os casos de Chibuto, Manjacaze, Bilene e
Chicualacuala, contam com apenas um médido, para além de outros dois
colocados na Direcção de Saúde em Xai Xai e outros dois afectos no Hospital
Rural de Chicumbane(HRC).
Questionada a nossa fonte sobre se os médicos existentes conseguem responder
à demanda, em resposta referiu que "em algumas unidades sanitárias onde
achamos que existe um grande número de pacientes com necessidade de
intervenção de um médico, temos um plano de visitas periódicas".
Quanto aos distritos sem assistência médica de um oftalmologista e pediatra,
por exemplo, o nosso interlocutor sublinhou que "não temos em todas unidades
de saúde distritais. Os doentes são informados dos dias de consultas, dois
são os dias que dispensamos a cada distrito por mês".
Sobre o mau atendimento e prática de corrupção nas unidades sanitárias, a
fonte comentou que "infelizmente a população fala de casos de mau
atendimento, mas não indica as pessoas que praticam tais actos. Enquanto não
se indicar quais são as pessoas que fazem esses actos, os sectores vão ter
dificuldades em tomar medidas administrativas".
No que diz respeito a venda e roubo de medicamentos nas unidades
hospitalares, nas palavras da fonte que citamos, "temos estado a fazer algum
trabalho junto dos nossos funcionários nas áreas de farmácias para termos
certeza de que estes medicamentos realmente são desviados ou não dos nossos
sectores, para depois identificarmos os autores para serem penalizados" e
sobre a venda ambulante de medicamentos nos mercados informais, "é realmente
uma grande preocupação. Apelo a população a não comprar esses medicamentos,
pois são mal conservados e não são prescritos por pessoas qualificadas e
se a população nos ajudar em nãos comprar, vai nos ajudar a cambater esse
mal e os vendedores vão abandonar esse negócio criminoso".
MALÁRIA
Apesar dos números de afectados e de óbitos vítimas da malária terem
reduzido ligeiramente nos últimos seis meses se comparados com o igual
período de 2004, na provincia de Gaza, esta doença continua a criar dores
de cabeça às entidades ligadas ao sector da saúde, pois segundo uma fonte do
sector, "nos últimos seis meses de 2005, a tal redução ligeira não só
sucedeu devido aos resultados das actividades de sensibilização, mas acima
de tudo, porque em maior parte da provincia este ano ainda não choveu como
tem sido em anos anteriores".
Por outro lado, nos últimos seis meses do presente ano, nas várias unidades
de Saúde foram atendidas mais de 436 mil casos de pacientes padecendo de
malaria, contra 525 mil registados no mesmo período do ano passado, indicam
dados a que tivemos acesso.
Quanto aos óbitos, 128 pacientes já morreram da malaria contra 213 em igual
período do ano passado e sublinha-se que os mesmos surgem devido ao facto de
a população demorar em dirigir-se às unidades sanitárias logo nos primeiros
sintomas, ou seja, quando sentem febres altas, dores de articulações, dores
de cabeça, vómitos, diarreia e até perturbações mentais.
Conforme os dados em nosso poder, os distritos de Chókwé, Chibuto, e Xai Xai
são os mais afectados por se localizarem em zonas pantanosas, florestas
aquáticas e com bolsas de águas estagnadas, áreas com boas condições para a
reprodução de mosquitos, causador da malária.
A provincial de Gaza tem uma area de 75.539 quilómetros quadrados e doze
distritos, nomeadamente: Bilene Macia, Guijá, Massingir, Chibuto,
Chicualacuala, Xai Xai, Manjacaze, Chókwè, Xia Xai Cidade, Chigubo,
Massagena e Mabalane
(Carlos Mula) - VERTICAL - 24.08.2005