Ministério do Interior aguarda desde Maio relação de homens da `perdiz´ a beneficiarem de cursos policiais.
O Ministério do Interior remeteu, nos últimos dois meses, cartas à liderança da Renamo, solicitando uma lista de homens afectos á segurança dos dirigentes desta formação política da oposição para beneficiarem de cursos de capacitação e posterior integração na PRM. Porém, até agora o Governo não obteve resposta, o que está a atrasar o início do processo.
Entretanto, o porta-voz da Renamo, Fernando Mazanga, disse ontem ao `Notícias´ que a `perdiz´ deseja um encontro com o Governo para se estudarem todos os contornos referentes á operação, considerando que o país está agora num novo contexto político e social, o que faz com que o preceituado no Acordo Geral de Paz (AGP) se mostre ultrapassado.
Esta posição entra em contradição com pronunciamentos anteriores do líder do partido Afonso Dhlakama e do bispo da Beira, Dom Jaime Gonçalves, os quais defendiam a validade dos entendimentos de Roma no tratamento da questão.
Confrontado com estes factos, o porta-voz da `perdiz´, Fernando Mazanga, afirmou que a sua organização não vai responder a esta questão nos moldes em que o Governo está a solicitar, uma vez que se trata de um `assunto muito sério, o que faz com que as partes tenham de se sentar e debater todos os detalhes para a sua implementação´.
O Governo, através do Ministro do Interior, José Pacheco, manifestou por diversas vezes, a disponibilidade de treinar e integrar na Polícia e noutras forças de defesa, os elementos da guarda de dirigentes da Renamo, incluindo os da segurança de Afonso Dhlakama.
Esta posição do Executivo veio a público depois de sucessivas manifestações do maior partido da oposição, nas quais alegavam o facto de o Executivo não estar a cumprir com o preceituado no AGP sobre o processo de integração das forças militares da `perdiz´, particularmente na Polícia, alegando marginalização.
Aliás, este assunto voltou a público semana passada, quando um grupo de antigos oficiais superiores do ex-movimento rebelde chamaram a Imprensa para acusar o Executivo de estar a desmobilizar compulsivamente soldados e oficiais das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM)
provenientes desta formação política da oposição.
NOTÍCIAS - 30.08.2005