De Jardim da Ilha de Moçambique
- Edilidade queixa-se falta de recursos Humanos
Os dois órgãos municipais da Ilha de Moçambique encontram-se de costas voltadas em consequência da falta de transparência na aplicação de um fundo monetário de 327 milhões de meticais financiado pelo Estado para o projecto de reabilitação de um dos dois jardins públicos locais.
Informações colhidas pelo nosso jornal referem que as obras de reabilitação do referido jardim deram início nos meados do ano passado, tendo sido interrompidas poucos meses sem um esclarecimento convincente do órgão executivo.
Armindo Marcelino Gove, chefe da bancada parlamentar da FRELIMO naquela autarquia, disse ao Wamphula Fax que o processo de reabilitação em causa não chegou sequer a iniciar-se, tendo-se limitado na acumulação de algumas pedras sobre o pavimento degradado do jardim. E sublinhou que o incumprimento do projecto resulta do desconhecimento das leis que regem a construção das obras do Estado.
Isto é o resultado de se querer dirigir o município sob o prisma partidário ou como se estivesse a gerir um quiosque privado, abstraíndo-se ostensivamente do cumprimento rigoroso das leis. Observou, agastado, Armindo, acrescentando que o seu elenco na Assembleia Municipal irá a todo custo exigir responsabilidades do executivo com vista a evitar-se que situações do género se repitam no futuro.
Por outro lado, o nosso entrevistado afirmou que a edilidade agiu de má fé ao apresentar um suposto relatório de uma auditoria efectuada por uma equipa do governo, em relação ao processo de reabilitação do Jardim em causa, que não apresentava a assinatura de qualquer responsável ,o que pressupõe alguma manobra orquestrada pelo executivo de Gulamo Mamudo, com a finalidade de “tapar a boca” aos autarcas.
Abdul Rahim Abdul Satar, vereador para área de Administração e Finanças no Município da Ilha de Moçambique, confrontado pela nossa reportagem acerca do projecto de reabilitação do Jardim confirmou a paralisação das obras supostamente por não dispor, no momento, de recursos humanos com capacidade para o seu prosseguimento. Afirmou que o dinheiro alocado para o efeito ainda existe e a reabilitação será reatada no mês em curso, já sob a direcção de dois funcionários que beneficiaram de formação em construção civil na vizinha Tanzânia, sublinhando que o projecto não tem prazo estipulado e é de administração directa do Conselho Municipal..
Entretanto, observou que a paralisação das citadas obras foi, também, originada pelo cancelamento do apoio concedido pela Ascali Comercial, para remuneração dos operários envolvidos, e que, depois, de haver desembolsado 56 milhões de meticais, entre Setembro do ano passado e Abril último.
WAMPHULA FAX – 06.09.2005