SOFALA - Proprietários da empresa chinesa de construção civil denominada “Chico”, instituição adjudicada à obra para reabilitação da Estrada Nacional N°1, no troço Muxungué-Inchope é acusada de torturar trabalhadores moçambicanos afectos na mesma, denuncia uma carta a que o A TribunaFax teve acesso.
Consta na carta que seis trabalhadores, dos quais quatro mecânicos e dois guardas, que preferimos omitir sua identificação, foram violentamente espancados por um agente da PRM identificado por Rui, afecto ao posto policial de Goonda (rio Búzi) a mando de um cidadão Chinês identificado por Tian.
“As vítimas foram torturadas alegadamente por se suspeitar que tenham roubado uma peça retirada de uma niveladora”, lê-se na carta que mais adiante revela: “o policia recebeu pelo serviço 300.000.00MT”.
A missiva que vimos a citar, sublinha ainda que a peça em causa não tinha sido roubada, mas sim, desmontada e guardada num dos compartimentos da oficina para ser reparada.
Numa das passagens, o documento faz referência que além destes desmandos, os gestores da empresa exploram aos trabalhadores nacionais que prestam serviço naquela instituição.
Denunciam os trabalhadores através da carta que tivemos acesso que os mesmos não possuem contratos de trabalho e recebem por dia 20.000.00 MT.
A nota refere ainda a existência de racismo, falta de respeito, despedimentos arbitrários, falta de higiene e segurança no trabalho, falta de consideração de categorias profissionais para os trabalhadores nacionais.
O A TribunaFax contactou Alzira Pereira, deputada da Assembleia da República pela bancada da Renamo-UE, representante do povo que teve oportunidade de visitar a empresa acima referenciada.
Pereira confirma a denúncia dos trabalhadores daquela empresa que tem como patrono, cidadãos de nacionalidade chinesa. Frisa ainda que existe naquela empresa de construção uma clara violação à Lei laboral vigente no País.
“Os trabalhadores daquela empresa são tratados de uma forma desigual”, disse para depois sublinhar que “mantivemos um encontro com a Direcção Provincial de Trabalho a nível da província de Sofala, depois de apreciarmos a situação denunciada por trabalhadores daquela empresa.
Ficamos sensibilizados, pois a direcção do trabalho prometeu averiguar as denúncias feitas que para nós existem e constituem um facto verídico”, disse a deputada.
A nossa reportagem está a envidar esforços no sentido de ouvir o Ministério do Trabalho perante esta situação, numa altura em que já é anunciada a criação dos centros de arbitragem de conflitos laborais.
Nas próximas edições, prometemos voltar a abordar este assunto.
TRIBUNA Fax – 08.09.2005