Com muita mágoa comunico a todos que faleceu o professor Luis Antonio Domingues Polanah, antropólogo moçambicano, professor reformado da Universidade do Minho, estrenuo defensor da lusofonia da Galiza, Portugal,Brasil, PALOP, Timor; membro fundador das Irmandades da Fala em Portugal em 1991 e membro do Conselho Cientifico da Comissao galega do Acordo Ortografico da Lingua Portuguesa; foi membro do Centro de Estudantes da Casa do Imperio de Coimbra, fez uma coletanea de poesia dos escritores africanos na altura; Vice presidente das Irmandades da Fala, faleceu há dias; eu mantinha conversas telefonicas com ele que se ia despedindo da
vida lucidamente; publicou nas nossas revistas trabalhos de antropologia,linguistica,poesia,etc. e apoiou os nossos congressos
lusofonos e atividades de todo genero; foi-se um amigo da Galiza e de todos
nos; as tertulias com ele , Orlando de Alburquerque, etc em Braga eram muito
boas e estimulavam o debate e o pensamento critico e livre.
Lamento imenso notificar a noticia dum amigo que faleceu e que
defendia a nossa lingua portuguesa. Faleceu e foi a enterrar em Braga.
O Presidente das IFGP e da CGAOLP,
* professor universitário galego
HOMENAGEM
Luis António Domingues Polanah
Ao comemorar 80 anos de vida, o Professor Luís António Domingues Polanah foi homenageado com a publicação de um livro que revela a sua faceta artística.
Muitos poemas, algumas cartas e variados trabalhos de pintura e desenho podem ser apreciados nesta obra idealizada por Maria de Jesus Mesquita.
Nascido a 21 de Junho de 1921, no Chinde, em Moçambique, o notável antropólogo e membro da Direcção do NEPS “no sangue, no temperamento e na filosofia de vida o encontro harmonioso de três raças – branca, o avô materno; - negra, a avó materna; - amarela/ hindu, do pai; três continentes – Europa, África e Ásia, tendo como denominador comum o continente africano.
Também teve três casamentos com mulheres muito diferentes, apesar de serem todas oriundas do continente africano”, realça a autora.
Professor Jubilado da Universidade do Minho, Domingues Polanah já editou três livros resultado do trabalho científico que tem desenvolvido: «O Nhamussoro e as outras funções mágico-religiosas», tese de licenciatura, apenas publicada em 1987; «Comunidades camponesas no Parque Nacional da Peneda-Gerês», em 1981; e «Campesinos de Sayago. Estrutura social y representaciones simbólicas de una comunidad rural», tese de doutoramento, em 1996.
Com uma trajectória académica ímpar, este membro do NEPS por várias vezes foi distinguido publicamente. Em 1966, recebeu o 1º Prémio de Literatura Colonial «Frei João dos Santos”, do Ministério do Ultramar. Precisamente, trinta anos depois, em 1996, foi agraciado com o prémio de investigação cultural «Marqués de Lozoya» pela Dirección General de Bellas Artes y Biens Culturales do Ministerio de Educación y Cultura pelo trabalho apresentado para a obtenção do grau de doutoramento.
A recente publicação do livro “Horizontes de Polonah” oferece uma perspectiva pouco conhecida do antropólogo, evidenciando as suas qualidades literárias, a capacidade reflexiva sobre os desafios da vida e o apreço pelas Belas Artes, curso que chegou a frequentar, mas que resolveu abandonar para se dedicar à Antropologia. ·
Boletim Informativo
nº 20 n Julho de 2001
PUBLICAÇÃO DO:
NÚCLEO DE ESTUDOS
DE POPULAÇÃO E SOCIEDADE
Instituto de Ciências Sociais
Universidade do Minho
Pólo de Azurém
Guimarães