No Corredor de Nacala
A circulação de comboios, sobretudo de mercadorias no “Corredor” Ferroviário de Nacala, está neste momento paralisada devido à rotura de stocks de combustíveis para abastecer as locomotivas por parte da PETROMOC, empresa fornecedora, facto que está a acarretar avultados prejuízos à CDN, nova gestora daquele sistema.
O Wamphula fax apurou que a falta de combustíveis para abastecer as locomotivas faz-se sentir desde domingo passado a esta parte. Fonte segura da empresa Corredor de Desenvolvimento do
Norte (CDN), gestora privada do sistema ferro-portuário, precisou que, neste momento, está somente assegurada a circulação do comboio de passageiros, devido ao seu comprometimento com a causa social.
A paralisação da circulação de comboios de mercadorias está a afectar a CDN do ponto de vista de reputação numa altura que os volumes de mercadorias por escoar, sobretudo para o vizinho Malawi crescem a olhos vivos. Por outro lado, a situação pode propiciar um clima de contestação dos serviços prestados por aquele consórcio, sobretudo aos utentes estrangeiros.
O escoamento de mercadorias envolve duas locomotivas simultaneamente, daí que as necessidades de combustíveis sejam maiores em cada operação de transporte. O comboio de passageiros é, neste, momento efectuado por uma só locomotiva
Soubemos que a PETROMOC, empresa que tem contrato de fornecimento de combustíveis à CDN, está neste momento a atravessar momentos difíceis no que concerne à reposição dos seus stocks, mas que não é a primeira vez que tal acontece, devido à maior procura que se regista na compra dos seus produtos.
Embora tentativas nesse sentido tenham sido encetadas, não foi possível ouvir ninguém da delegação da Petromoc. Fomos informados que os funcionários seniores se encontram numa formação de âmbito regional.
Nuno Paulino, delegado regional norte da BP, disse ao nosso jornal, ao fim da tarde de ontem, que esforços da sua empresa visando fornecer algumas quantidades de combustíveis a PETROMOC, estavam sendo envidados, garantindo que o gesto não iria solucionar definitivamente a crise de combustíveis por parte da sua homóloga.
A escassez de combustíveis faz-se sentir, também, ao nível dos operadores de transporte de passageiros e de cargas, motivado pela grande procura ao nível regional.
Aguarda-se, entretanto, segundo apuramos, a chegada nos próximos dias de um navio ao porto de Nacala, que poderá minimizar a falta que se verifica, logo que as primeiras descargas forem efectuadas.
Wamphula fax – 20.09.2005