O líder da RENAMO exortou hoje o Ministério Público de Moçambique a "aplicar justiça" aos membros do seu partido detidos em Mocímboa da Praia (norte), após os confrontos com simpatizantes da FRELIMO, no poder, na última semana.
Afonso Dhlakama, que foi hoje recebido em audiência pelo Procurador-Geral da República (PGR), Joaquim Madeira, considerou "haver discriminação" e "falta de justiça" no tratamento dos membros do seu partido em Mocímboa da Praia, província de Cabo Delgado.
"Apresentámos as nossas preocupações ao Procurador-Geral da República, Joaquim Madeira, em relação a Mocímboa da Praia e pedimos explicações sobre aquilo que tem sido o modo de implementação das leis e da legalidade em Moçambique", disse aos jornalistas o líder da oposição.
Segundo Dhlakama, a PGR entende que se está a aplicar a justiça naquela região e não só, mas, disse, "na verdade está a acontecer o contrário: os membros da RENAMO estão a sofrer discriminação, porque não há justiça".
"Muitos membros da RENAMO são mortos e presos, muitas vezes, sem nenhuma razão formada, como por exemplo, em períodos eleitorais", exemplificou.
O presidente da RENAMO referiu que, nestas ocasiões, "quando há disputa entre os membros da RENAMO e da FRELIMO, a polícia nunca pergunta, apenas prende os membros da oposição".
"Há pessoas que são presas apenas por serem acusadas de terem insultado a FRELIMO durante a campanha eleitoral", acusou Afonso Dhlakama.
Joaquim Madeira informou que uma equipa de procuradores se deslocou hoje àquele município para apurar as causas dos incidentes que resultaram em oito mortos, entre os quais um polícia, e 47 pessoas feridas.
No entanto, Madeira sublinhou ser necessário reparar que "para os políticos o que parece é e para os juristas o que parece pode não ser".
"É preciso investigar", defendeu ainda o chefe máximo da Procuradoria-geral da República de Moçambique.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 16.09.2005