Isabel Rupia, que até ontem, chefiava a Unidade Anti-Corrupção, recebeu uma comunicação dos Recursos Humanos da PGR para, a partir de ontem, quinta-feira, deixar de chefiar aquela unidade.
Para alguns sectores, é estranho que Joaquim Madeira, Procurador Geral da República, não a tenha contactado directamente para a informar que deixava de chefiar a UAC como o fez aquando da sua nomeação.
`Fica extinta a UAC´, disse uma fonte. A UAC será substituída pelo Gabinete Central de Combate á Corrupção (GCCC). Segundo apurámos, Isabel Rupia entregou as pastas a Rafael Sebastião, pessoa que vai chefiar a GCCC.
Isabel Rupia estava a investigar vários casos mediáticos. Das batalhas travadas por Rupia com o poder instituído, sob suspeitas de corrupção, destacam-se as acções movidas contra o presidente do Conselho de Administração da EDM, Vicente Veloso, a direcção do INAHINA e o caso das famigeradas bolsas de estudo envolvendo o ex-ministro da Educação, Alcido Ngoenha.
Rupia logrou, nas suas ousadas acções contra aqueles e outros gestores públicos, levar as investigações até a instauração de processo, mas as últimas notícias que temos dão conta de os casos estarem a ser adormecidos em tribunal.
A implacabilidade de Rupia não resistiu ao peso dos lobbies político-partidários que, segundo as nossas fontes, estão a fragilizar o próprio Procurador Geral da República, consulado cujos casos quentes têm apenas alimentado páginas dos jornais ao invés de trabalho aos tribunais.
SAVANA - 09.09.2005