Os ministros das Finanças português e da Energia de Moçambique afirmaram-se hoje optimistas em relação a uma solução relativamente à Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), mas alertaram para a prudência na fixação de prazos.
"Com mais intensidade e o empenho de ambas as partes, poderemos rapidamente progredir para uma solução final", afirmou o ministro das Finanças português, Fernando Teixeira dos Santos, à chegada a Maputo, onde manterá conversações com o ministro da Energia, Salvador Namburete, sobre a reversão da maioria do capital da HCB para o Estado de Moçambique.
"É sempre arriscado estar a impor prazos fixos. Temos que ter tempo para fazer um trabalho bem feito", ressalvou Teixeira dos Santos.
O mesmo tom foi usado por Namburete, que recordou as mudanças de governo registadas nos últimos anos em Portugal e em Moçambique para justificar o atraso nas negociações para a inversão do capital accionista da HCB, actualmente detido em 82 por cento por Portugal.
"A nossa expectativa é bastante grande e é também uma expectativa de muito trabalho. Não se pode à partida manter qualquer compromisso sem que as duas partes avaliem o estado das negociações", defendeu o ministro da Energia moçambicano.
Lisboa reclama uma compensação de 1,8 mil milhões de euros pela construção e manutenção da barragem, surgida ainda antes da independência de Moçambique, em 1975.
Os dois países concordaram na reversão da HCB para Moçambique e actualmente desenvolvem peritagens sobre a capacidade produtiva da barragem.
Teixeira dos Santos adiantou que, durante a sua visita, irá acordar igualmente questões bilaterais, como a dívida de Moçambique a Portugal e projectos empresariais portugueses no país.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 21.09.2005