A opinião de: Armando Guebuza*
No seu programa quinquenal, o nosso Governo preconiza como um dos seus
objectivos a utilização do comércio internacional como instrumento de
desenvolvimento e de redução da pobreza em Moçambique. A materialização
deste objectivo passa, em parte, pela melhoria da balança comercial que deve
ser materializada através do aumento das exportações, em resultado de uma
maior competitividade dos nossos produtos.
Deste modo, poder-se-á entender como é que cada importação de habilidades,
produtos ou matérias primas que fazemos pode resultar, no mesmo espaço de
tempo, na exportação de valiosas oportunidades, que muito encarecidamente
necessitamos, nós mesmos, para criarmos e fortalecermos a classe empresarial
e para combatermos a pobreza no nosso País.
Neste contexto, queremos deixar expresso o nosso inequívoco encorajamento
aos empresários moçambicanos e a todos quantos operam no nosso País, para
promoverem iniciativas que induzam ao aumento da produção, à diversificação
dos produtos de exportação e à criação de mais postos de trabalho.
O nosso apoio é também extensivo ao vosso esforço de assegurar que no
processo de produção se apregue mais valor aos produtos por forma a obterem
ganhos acrescidos nas exportações.
Apraz-nos constatar que, o leque das nossas exportações tem sido alargado a
novos produtos como são os casos de flores, do gás natural, da soja, da
paprica e de vegetais, entre eles o milho miúdo, bem como a retomada de
outros como o gergelim. É igualmente motivo de regozijo e orgulho registar
os progressos que têm vindo a ser alcançados na conquista de novos mercados.
Estes desenvolvimentos devem aumentar, particularmente entre os empresários
moçambicanos, por um lado, a convicção de que podem competir
internacionalmente em pé de igualdade com outros operadores e, por outro,
que em Moçambique em pé de igualdade ao nível da exigência desses mercados
internacionais. Alguns dos efeitos colaterais desta tomada de consciência
são a elevação da nossa auto- estima e uma maior confiança nas nossas
capacidades de que estamos e podemos fazer coisas, de cada vez melhor
qualidade. Imbuídos por este espírito e determinação: continuaremos a
investir mais decididamente para tornar os nossos produtos cada vez mais
competitivos no mercado internacional; saberemos igualmente retirar maior
proveito das nossas vantagens competitivas; tomaremos maior consciência de
que temos algo que só nós é que somos capazes de produzir, com a qualidade e
o requinte necessários.
Esperamos, pois que cada um dos empresários moçambicanos que opera no nosso
País meça o sucesso da sua participação, nesta edição, não só pelo número de
cartões de visitas que terá trocado com os seus pares nacionais e
estrangeiros mas, e acima de tudo, pelos acordos e contratos firmados para a
exportação da produção nacional e para a garantia da expansão e
diversificação da oferta de emprego pela sua unidade económica.
Fazemos votos para que as obras tendentes à optimização do uso deste espaço
da FACIM tenham lugar a breve trecho. Esperamos que as novas edificações a
serem erguidas neste local transformem esta zona num ponto de especial
referência social, cultural e comercial de Maputo.
Da participação nacional, registamos, com muito apreço e orgulho, a presença
de mais de duas centenas de empresas. A sua participação é uma clara
demonstração de que, efectivamente, a actividade económica no nosso País
está a crescer. O resurgimento da área da pecuária, nesta edição da FACIM,
depois da sua interrupção por cerca de uma década, é um testemunho que
merece particular realce.
o semblante dos expositores nacionais com quem tivemos oportunidade de
interagir, observamos a sua satisfação por se encontrarem neste ambiente de
negócios, diálogo de culturas e de troca de experiências. Era também visível
a sua alegria não só por terem podido expor os seus produtos mas, e
sobretudo, por terem podido divulgar e promover as oportunidades que se
abrem no País, particularmente nas províncias onde operam.
* Presidente da República - extractos da comunicação apresentada na abertura
da XLI edição da FACIM
VERTICAL - 31.08.2005