A Barragem de Cahora-Bassa, HCB, fazia parte de um Plano Integrado de Desenvolvimento do Vale do Zambeze, estudado e elaborado entre 1957/65 pelo Gabinete do Vale do Zambeze, que funcionava no Ministério do Ultramar, em Lisboa. A área de intervenção do plano estendia-se por 224.000 quilómetros.
Cahora-Bassa assombra pela sua dimensão, patente em especificidades com capacidade de produção de energia das cinco turbinas da sua central que produz , a Sul, mais de 2.000 MW.
O projecto admite uma segunda central, Norte. E 50 quilómetros a jusante, em Mpanda Úncua, pode ser construída uma segunda grande barragem.
O Vale do Zambeze é a parte mais rica do território moçambicano, principal base de água da África Austral, sendo tal abundância de água não só um factor favorável à agricultura, mas também uma fonte energética de grande potencial, juntamente com enormes jazidas de carvão e grandes recursos geológicos de outra natureza.
Após a Independência, as novas autoridades concluíram que o Vale do Zambeze não tinha grande préstimo face ao radioso futuro socialista que esperavam para Moçambique e extinguiram sumariamente o Gabinete do Vale do Zambeze.
Foi preciso esperar mais de 20 anos, até 1996, para se concluir que estava errado o argumento, segundo o qual o Gabinete do Vale do Zambeze não tinha interesse como entidade destinada a servir interesses nacionais.
Foi restabelecido agora por se concluir que servia grandes objectivos sociais e económicos do governo.
Apenas com uma ligeira diferença: passou a chamar-se Gabinete do
Plano de Desenvolvimento do Vale do Zambeze (PDVZ), nos últimos anos dirigido (outra ironia do destino!) por um dos grandes adversários do original PVZ - Sérgio Vieira.