O Procurador Geral da República de Moçambique (PGR), Joaquim Madeira, considerou hoje um "equívoco" as alegações do empresário português Costa Oliveira, recentemente detido e solto sob caução, de que o chefe do Ministério Público se envolveu directamente no caso.
Costa Oliveira, libertado na semana passada após 11 dias de detenção, acusou em comunicado terça-feira enviado à Agência Lusa as autoridades judiciais de tentativa de extorsão para a sua soltura, alegando ter combinado com o PGR um plano para apanhar em flagrante os autores de tais actos de corrupção.
"É um equívoco absurdo dizer que me envolvi nesse processo (detenção e libertação de Amadeu Costa Oliveira), certamente que ele não se refere a mim, talvez a outra pessoa", sublinhou o chefe máximo do Ministério Público moçambicano, em declarações à Lusa.
Joaquim Madeira adiantou que não teve "qualquer intervenção no caso", pois não conhece "sequer o processo", enfatizando que tudo o que estiver relacionado com o caso desenrolou-se ao nível da província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, onde foi apresentada a queixa e vivem as partes envolvidas no processo.
No seu comunicado, o empresário português acusou o poder judicial de Cabo Delgado de ter exigido 20 mil dólares norte- americanos para emitir o mandado de soltura, afirmando que metade desse valor foi pago na casa de uma magistrada provincial.
Antes de ter procedido ao segundo pagamento, Amadeu Costa Oliveira diz ter montado com o PGR uma operação para apanhar em "flagrante delito" os recebedores da quantia, na altura em que iria pagar a outra metade.
No entanto, acrescentou, o plano, que exigia sigilo, acabou por falhar.
Amadeu Costa Oliveira alega na sua carta estar a ser vítima de "uma cabala", com o objectivo de encerrar a maior serração moçambicana, a Macaloe, de que o empresário português é sócio-gerente.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 14.09.2005