O ministro dos Negócios Estrangeiros, Freitas do Amaral, disse hoje que Portugal pretende recuperar o "tempo perdido" nas relações com Moçambique e transformar este país africano numa das prioridades da sua política externa.
"Queremos recuperar o tempo perdido dos últimos anos e colocar Moçambique no patamar mais elevado das nossas preocupações em matéria de política externa", afirmou Diogo Freitas do Amaral.
"Estamos no 17º lugar em termos de cooperação com Moçambique e isso é inaceitável", explicou.
O ministro, que hoje teve um encontro com a sua homóloga moçambicana, Alcinda de Abreu, em Nova Iorque, à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas, aproveitou a oportunidade para mostrar o seu desejo de visitar oficialmente Moçambique em 2006.
A vontade de Freitas do Amaral foi recebida com agrado por Alcinda de Abreu, que logo fez o convite que deverá concretizar-se em Fevereiro do próximo ano.
O Presidente moçambicano, Armando Guebuza, chega a Lisboa a 31 de Outubro para uma visita oficial que durará até 2 de Novembro, referiu o chefe da diplomacia portuguesa.
"A ministra mostrou-se agradada pelo facto de Portugal ter perdoado a dívida da República de Moçambique e esperançada em que as negociações para a segunda fase da Hidroelécrtica de Cahora Bassa avancem depressa", adiantou Freitas do Amaral.
Para acelerar o processo, chegou hoje a Maputo o ministro das Finanças português, Fernando Teixeira dos Santos, que se mostrou optimista com o desenrolar das negociações: "Com mais intensidade e o empenho de ambas as partes, poderemos rapidamente progredir para uma solução final", disse.
Lisboa reclama uma compensação de 1,8 mil milhões de euros pela construção e manutenção da barragem, criada em 1975, antes da independência de Moçambique.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 21.09.2005
Segundo Freitas do Amaral, "o assunto esteve parado tempo demais".