O presidente moçambicano apelou às forças armadas para que se envolvam em acções de combate à pobreza absoluta no país, em discurso proferido hoje por ocasião do 41º aniversário do início da luta armada contra o colonialismo português.
O 25 de Setembro é também conhecido como o Dia das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM).
"Tal como ontem - disse Armando Guebuza -, hoje, os moçambicanos são, uma vez mais, chamados a libertar a sua pátria de um novo inimigo, a pobreza. O sector da defesa nacional tem um papel preponderante neste combate".
Actividades culturais, comícios e homenagens aos heróis nacionais assinalaram hoje em Moçambique a passagem do 41º aniversário do início da luta contra a dominação colonial portuguesa.
Segundo a história oficial moçambicana, foi a 25 de Setembro de 1964 que o general Alberto Chipande, à frente de uma unidade militar da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), disparou o primeiro tiro contra a administração colonial portuguesa, em Chai, província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, dando início à guerra de libertação do país.
A FRELIMO, sob a direcção do seu primeiro presidente, Eduardo Mondlane, morto em 1969 num atentado à bomba atribuído à PIDE, viu-se forçada a pegar em armas, perante a recusa do regime colonial português de António Oliveira Salazar de aceitar a independência de Moçambique.
O conflito só terminou a 07 de Setembro de 1974, depois de o governo português saído do golpe de Estado de Abril de 1974 ter aceite o histórico "Acordo de Lusaca", que lançou as bases para a independência de Moçambique, proclamada a 25 de Junho de 1975 pelo primeiro Presidente de Moçambique pós-independência, Samora Machel.
Contudo, um ano depois, o país mergulhou numa devastadora guerra civil de 16 anos, opondo as tropas governamentais da FRELIMO e a antiga guerrilha da RENAMO, primeiro apoiada pelo regime colonialista da Rodésia, hoje Zimbabué, e mais tarde pelo antigo regime do "apartheid" da África do Sul.
A guerra civil terminou a 4 de Outubro de 1992, por força do Acordo de Roma.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 25.09.2005