A principal mesquita de Maputo, na baixa da capital moçambicana, reabre ao público na quinta-feira, após três anos de obras, em cerimónia que contará com a presença do presidente de Moçambique, Armando Guebuza.
O principal símbolo arquitectónico do islamismo na baixa da capital moçambicana, dominada por edifícios de traçado colonial europeu, foi construído em 1887, combinando diversos modelos arquitectónicos, que o inclui na lista do património cultural moçambicano protegido da Direcção Nacional da Cultura.
A religião católica, por força do passado colonial sob dominação portuguesa, e a muçulmana são dominantes em Moçambique, quase com o mesmo número de seguidores.
A influência do islamismo em Moçambique é mais forte no centro e norte do país, devido aos intensos contactos que ali mantidos entre a população autóctone e mercadores árabes, antes da chegada dos primeiros colonos portugueses, no século XV.
A forte presença da comunidade muçulmana em Moçambique tem levado os líderes islâmicos a reivindicar a consagração de feriados nacionais nas principais datas do calendário islâmico, justificando a exigência com o facto de o dia 25 de Dezembro (Natal cristão) ser feriado nacional em Moçambique.
Para não cair em contradição com o carácter laico que adoptou para o Estado, logo após proclamar a independência do país, em 1975, a FRELIMO estabeleceu que o dia 25 de Dezembro passasse a ser celebrado como "Dia da Família" e não "Natal", efeméride que é feriado cristão.
Há cerca de quatro anos, o então chefe de Estado moçambicano, Joaquim Chissano, recusou promulgar uma lei aprovada pela Assembleia da República que consagrava as datas dos principais acontecimentos da religião islâmica como feriados oficiais, precisamente com fundamento no carácter não confessional do Estado moçambicano.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 21.09.2005