A RENAMO, o maior partido da oposição moçambicana, ameaçou hoje realizar "manifestações jamais vistas na história do país", em protesto contra a detenção de membros do partido alegadamente responsáveis pela violência desta semana em Mocímboa da Praia.
O ministro do Interior de Moçambique, José Pacheco, anunciou hoje em Maputo que a polícia já deteve cinco elementos da RENAMO e outros poderão ainda ser presos, incluindo o delegado desta força política, e deputado à Assembleia da República, Armindo Milaco, em conexão com as cenas de violência no município da Mocímboa da praia, província de Cabo Delgado, norte de Moçambique.
As detenções estão relacionadas com os tumultos desta segunda- feira naquela autarquia, que se saldaram na morte de oito pessoas e 47 feridos, em confrontos entre os membros da RENAMO e da FRELIMO, no poder, e que levaram à intervenção da polícia.
Em declarações à Agência Lusa, o porta-voz da RENAMO, Fernando Mazanga, afirmou que, "a detenção de elementos do partido irá mergulhar o país em mais confusão, não só em Mocímboa da Praia, mas também noutros pontos do país".
Mazanga acusou as autoridades de "parcialidade e injustiça" em relação à oposição, alegando que as escaramuças foram provocadas pelos membros da FRELIMO, "que emboscaram os elementos da RENAMO".
"O ministro do Interior está a servir-se dos poderes que são conferidos pelo Estado para perseguir a RENAMO e isso é abuso de poder", acusou Fernando Mazanga.
Os confrontos da segunda-feira passada em Mocímboa da Praia foram despoletados pela decisão da RENAMO de impor um governo municipal paralelo por considerar fraudulentos os resultados das eleições de Maio para a presidência daquele município, oficialmente ganhas pelo candidato da FRELIMO, Amadeu Pedro.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 08.09.2005