A RENAMO, o maior partido da oposição em Moçambique, empossou o candidato derrotado no cargo de presidente do município da Mocímboa da Praia (norte), desafiando a investidura oficial do vencedor do escrutínio, Amadeu Pedro, da FRELIMO, no poder.
Justificando a posse paralela de Saíde Assane, que ocorreu no domingo, o porta-voz da RENAMO, Fernando Mazanga, disse à Agência Lusa que o seu partido pretende "repor a legitimidade negada com a viciação dos resultados da eleição de Junho último para a presidência da Mocímboa da Praia".
Mazanga reiterou que o escrutínio foi marcado por "fraude" a favor do candidato do partido no poder, Amadeu Pedro, afirmando que este "é apenas o vencedor legal, mas o legítimo é o candidato da RENAMO".
"O nosso candidato foi escolhido pelos munícipes da Mocímboa da Praia e a vitória entregue ao candidato derrotado pelas instituições controladas pela FRELIMO", sublinhou Mazanga, numa alusão à Comissão Nacional de Eleições (CNE) e ao Tribunal Constitucional.
Sobre as condições em que irá funcionar o "governo municipal" de Saíde Assane, dado que não tem competência para cobrar impostos e taxas nem direito a qualquer verba do Governo central, Mazanga disse que "as soluções serão encontradas pelo povo, porque este é que elegeu o candidato da RENAMO".
Assembleia da República, que representou o presidente do partido, Afonso Dhlakama, na cerimónia de "tomada de posse", na presença de cerca de 500 membros e simpatizantes do partido naquele município, já perto da fronteira com a Tanzânia.
Na eleição intercalar para a presidência do município, provocada pela morte por doença de Camissa Abdala, o anterior edil, Amadeu Pedro foi declarado vencedor pela CNE, com 52 por cento dos votos, contra 47 do seu opositor.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 05.09.2005