Segundo uma notícia publicada aqui no NL, Portugal vai dar aos timorenses formação especializada de combate ao branqueamento de capitais. Boa! Será que as autoridades de Timor-Leste vão ter os resultados que tudo leva a crer não serão conseguidos na "mega investigação" judicial que, sobre a mesma questão, está a ser feita em Portugal? Ou será que, mais uma vez, Portugal vai ensinar como mudar as moscas para o que o resto fique na mesma?
Por Orlando Castro
Tal como diz o António Ribeiro (na coluna do outro lado) a investigação colheu toda a gente de surpresa. Surpresa porque, na minha opinião, tal não se verifica em Portugal. A seriedade do país, aquilatável pela honorabilidade dos seus mais sublimes representantes – os políticos, não justifica que se pense que no reino lusitano há branqueamento de capitais.
Justifico. A prova de que não há vai ser dada, mais uma vez, pelos resultados da investigação. Resultados aliás já adiantados pelo António Ribeiro quando, correctamente, diz que a montanha vai parir um rato. E porque vai ser mesmo assim, nem valeria a pena perder tempo.
Portugal, nesta matéria como em (quase) todas, é um país impoluto e com a governação de José Sócrates não tardará a passar da 26ª posição na listagem dos países menos corruptos para a 1ª.
Aliás, ao levantarem a lebre do branqueamento de capitais, os jornalistas, que são ao fim e ao cabo os culpados de tudo, estão a fazer o jogo do inimigo. Creio, por isso, que o Governo de José Sócrates devia pura e simplesmente proibir a existência de jornalistas. Se a banca alimenta os partidos, e por inerência os políticos; se os partidos e os políticos alimentam a banca, está garantido que não há, não pode haver, nunca haverá branqueamento seja do que for.
Segundo o que foi mostrado na comunicação social, lá estão esses malditos jornalistas!, o esquema envolve milhões que saem dos bancos para empresas de "private banking" dos próprios.
E que mal há nisso?
Estes milhões passam depois para bancos "off shore" e depois retornam aos bancos de origem para uns "sacos azuis" e daí são distribuídos pelos administradores.
E que mal há nisso?
Mais cedo ou mais tarde esses administradores serão, ou já foram, ministros. Fica, portanto, tudo em família… a bem da Nação.
26.10.2005
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 26.10.2005