A descoberta do pescado surgiu quando o barco chinês, denominado Da Yuan Yu 309, e que já partia com destino ao seu país, teve que atracar de emergência no Porto de Pesca de Maputo para observações devido a uma avaria mecânica no seu motor. Suspeita-se, entretanto, que a quantidade de pescado tirada das águas territoriais nacionais seja superior à que foi encontrada, uma vez que, segundo indicam investigações levadas a cabo, o barco pescava no mar alto e fazia a transferência do produto para uma outra embarcação, até aqui não identificada. Ainda não foi estimado o valor monetário em que ficou lesado o Estado, contudo supõe-se que ronde na ordem de milhares de dólares norte-americanos. Dados em nosso poder indicam que, para além de pescar de forma fraudulenta quantidades industriais do nosso pescado, a embarcação chinesa também entrou ilegalmente no país, fazendo-se ao mar alto sem nenhum registo no banco de dados do Porto e sem a devida autorização das autoridades marítimas moçambicanas. Na embarcação foram encontrados 35 chineses. Esta tripulação tratou de raspar as marcas do registo da embarcação de modo a criar dificuldades na identificação da origem do barco, um esforço, no entanto, debalde. Informações prestadas ontem por uma equipa composta por técnicos do Ministério das Pescas, Confederação das Associações Económicas (CTA) e o projecto `Olhando no Horizonte´, que ajuda aquele ministério a controlar a circulação de barcos e navios no alto mar, numa conferência de imprensa convocada a propósito, referem que estão constantemente nas águas moçambicanas entre 100 a 120 barcos piratas, de 100 toneladas cada, a pescar ilegalmente. Devido à pressão exercida por estes piratas, na sua maioria vindos da China, suspeita-se que dentro de cinco a 10 anos a indústria pesqueira e o turismo moçambicano estarão destruídos, pois estas embarcações piratas tiram até espécies marinhas protegidas e que constituem o orgulho de Moçambique na esfera internacional. |