O empresário português Amadeu Costa Oliveira, que acusou diversos juízes do norte de Moçambique de extorsão, regressou ao país "para auxiliar as investigações" entretanto abertas e que envolvem os referidos magistrados.
"Tenho uma fábrica para manter em funcionamento e um compromisso para colaborar com a justiça moçambicana para se apurar a verdade", disse hoje o empresário, em Maputo.
Costa Oliveira, sócio de uma serração, esteve 12 dias detido, entre Agosto e Setembro, em Pemba, capital da província de Cabo Delgado, norte, por alegados crimes de burla.
Libertado sob caução, Costa Oliveira acusou diversos juízes provinciais de lhe terem extorquido 10 mil dólares (cerca de oito mil euros) para a sua libertação.
Este valor, segundo o empresário, correspondia a metade do que foi exigido, tendo acabado por falhar uma tentativa, alegadamente combinada com o Procurador-Geral da República, para apanhar em flagrante os suspeitos de corrupção.
Esta semana, o Conselho Superior de Magistratura Judicial de Moçambique anunciou que nomeou uma comissão para averiguar as denúncias de corrupção contra o juiz-presidente de Cabo Delgado, Carlos Niquice, e Hirondina Pumule, juíza na mesma província.
Em anteriores declarações à Lusa, a juíza Hirondina desmentiu as acusações e considerou que o empresário português se encontrava fugido à justiça por se ter ausentado para Portugal, quando o seu passaporte estava "retido" no tribunal de Cabo Delgado.
Hoje, Costa Oliveira exibiu seu passaporte português, no qual consta um carimbo de entrada em Moçambique com data de 16 de Outubro de 2005.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 21.10.2005