O ministro da Defesa português, Luís Amado, considerou hoje de "uma enorme riqueza política" o Fórum da Defesa da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) que quinta- feira se inicia na capital moçambicana, Maputo.
"O Fórum é de uma enorme riqueza do ponto de vista de conteúdo político e de troca de informações e de experiências", disse Luís Amado à sua chegada à capital moçambicana.
Na reunião de dois dias apenas o Brasil não se fará representar, estando asseguradas as presenças dos ministros de Angola (Kundi Paihama), Cabo Verde (Armindo Maurício), Guiné-Bissau (Martinho Dafa Cabi), Moçambique (Tobias Dai), Portugal (Luís Amado), São Tomé e Príncipe (Óscar do Sacramento e Sousa) e Timor-Leste (Roque Rodrigues).
"No tempo da globalização, as questões da Defesa e Segurança são questões globais em que nenhum Estado por si só está em condições de as garantir", acrescentou o ministro português, que recordou a diversidade dos participantes no Fórum, que inclui representantes dos continentes africano asiático e europeu.
Luís Amado vai manter hoje uma reunião como o seu homólogo moçambicano, Tobias Dai, para análise de questões bilaterais, entre as quais a cooperação militar portuguesa, bastante forte em Moçambique.
Nas declarações aos jornalistas, o ministro da Defesa português voltou a expressar dúvidas sobre a sustentabilidade do fundo dos ex-combatentes, "apenas com receitas provenientes do património das Forças Armadas" e disse ser necessário garantir essa situação.
Falando na terça-feira na Assembleia da República, Luís Amado anunciou a intenção de "repensar as condições de financiamento" daquele fundo, que disse ser insustentável a prazo e acusando o anterior governo de "não ter posto um euro" no fundo.
"Limitei-me a levantar um problema que tem a ver, sobretudo, com a sustentabilidade a médio prazo do fundo dos ex-combatentes", disse o ministro.
"É insustentável o fundo dos ex-combatentes ao longo das próximas duas décadas, no mínimo, recorrendo apenas a receitas provenientes do património das Forças Armadas", acrescentou Luís Amado.
Afirmando que nenhuma decisão foi tomada sobre a limitação do complemento especial de pensão para os ex-combatentes em África, o ministro português acrescentou que é necessário encontrar uma solução para a viabilidade do fundo.
"Há um consenso em relação à lei que foi aprovada e ao sistema de incentivo nela previsto. Agora é preciso garantir a sua sustentabilidade", disse.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 26.10.2005