A RENAMO, principal partido da oposição moçambicana garantiu hoje que não voltará a pegar em armas, porque "a paz veio para ficar", mas lamentou as dificuldades que a FRELIMO, no poder, tem "em aceitar a democracia".
Anselmo Victor, deputado da RENAMO que falou em Maputo aos jornalistas em nome do líder desta força política, Afonso Dhlakama a propósito do 13º aniversário do Acordo de Paz, disse que o seu partido está comprometido com a preservação da paz, apesar de insatisfeito com "manobras anti- democráticas alegadamente protagonizadas pela FRELIMO".
"Estamos em paz, estamos a consolidar a democracia e queremos assegurar a todo o povo que estamos engajados na preservação da paz", enfatizou Victor, observando que os 16 anos de guerra civil terminada em 1992 foram marcados pelo "sofrimento e derramamento de sangue".
O deputado da RENAMO assinalou que, apesar de "a paz ter trazido o calar das armas", o país continua a registar episódios de violência e perseguições alegadamente movidas pelo partido no poder, que "está a ter dificuldades em conviver em democracia".
Anselmo Victor reiterou a posição do seu partido de que as três eleições gerais realizadas em Moçambique, desde o acordo de paz, em que a RENAMO saiu derrotada pela FRELIMO, foram fraudulentas.
"A RENAMO só aceitou os resultados dessas eleições por uma questão de princípios e porque compreende que o povo já sofreu demasiado", sublinhou Anselmo.
O Acordo Geral de Paz moçambicano foi assinado a 04 de Outubro de 1992, por Afonso Dhlakama e pelo antigo chefe de Estado moçambicano, Joaquim Chissano, pondo termo a 16 anos de guerra civil.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 04.10.2005