A RENAMO, maior partido da oposição moçambicana, promove entre 16 e 17 de Outubro, em Maringué, Gorongoza, um encontro entre antigos guerrilheiros e a liderança do partido, para mostrar a "coesão interna" da organização.
Esta reunião na antiga principal base militar da RENAMO conta também com a participação das ligas juvenil e feminina do partido, e realiza-se num momento em que são apontadas divergências entre a ala política e intelectual da RENAMO, liderada por Afonso Dhlakama, e os antigos guerrilheiros do partido.
O facto de Dhlakama ter recrutado quadros civis para cargos no partido e para deputados da sua formação política na Assembleia da República, em detrimento dos antigos guerrilheiros, tem sido indicado como um dos motivos do alegado mal estar que se vive na organização.
"A RENAMO nunca esteve dividida, foi sempre unida e essa coesão vai ser demonstrada no encontro de Maringué", afirmou à Agência Lusa o porta-voz da RENAMO, Fernando Mazanga.
"O partido e os seus órgãos congregam também antigos guerrilheiros, como acontece com o secretário-geral do partido, Ossufo Momad, que é um dos chefes da antiga guerrilha", acrescentou Mazanga.
Segundo o jornal Notícias, de Maputo, no encontro, que se realiza em Maríngué, província de Sofala, centro de Moçambique, participarão "cidadãos estrangeiros de extrema-direita, aparentemente de nacionalidade portuguesa".
No entanto, Fernando Mazanga desmentiu à Lusa essa possibilidade.
O encontro servirá ainda para enaltecer a figura do primeiro presidente da RENAMO, André Matsangaíssa, morto em combate em 1977, cujo aniversário natalício se celebra a 17 de Outubro.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 30.09.2005