Reconversão começa em 2006
“Já temos uma zona identificada para albergar infra-estruturas militares”,
Joaquim Mataruca, porta-voz do MDN
Maputo – As autoridades de defesa de Moçambique, iniciam em breve; o desmantelamento dos quartéis
na chamada zona militar, entre o bairro da Coop e a Carreira de Tiro em Maputo, para dar lugar a um ambicioso projecto urbano civil de primeira classe.
O projecto, de retirada efectiva dos quartéis da zona residencial do grande Maputo, começa no início de
2006, disse o porta-voz da ministério da Defesa, Joaquim Mataruca, em entrevista ao mediaFAX.
Novos complexos militares de raiz foram concebidos para serem erguidos, e, “já foi identificada a zona”
para albergar as referidas infraestruturas militares.
Um operação gigantesca terá lugar para desmilitarizar a zona, que inclui desmontagem de cinco quartéis
(com milhares de tropas) e reassentamento de centenas de famílias civis de ex-militares, que vivem em
residências militares.
Curiosamente, esta zona é conhecida como a “Colômbia”, epicentro de venda e contrabando de droga pesada em Maputo; e, serve também de antro de criminosos. Por razões de segurança, Mataruca não revelou o local onde vão ficar as novas instalações militares.
“Temos uma zona que já está garantida para albergar as futuras infra-estruturas militares, que serão retiradas da zona militar...Por questões militares não posso, neste momento, revelar a localização exacta”, explicou Mataruca.
Mas, fontes seguras disseram ao mediaFAX, que os quartéis serão erguidos fora da cintura de Maputo.
Desconhece-se o custo total desta operação de evacuação e reconversão dos quartéis em zonas residenciais, que já leva um atraso de dois anos. Toda a engenharia foi já desenhada e as obras do
megaprojecto começam no inicio do próximo ano.
“O valor está garantido” “Tudo está a ser feito no sentido de as obras iniciarem logo no princípio
de 2006...Tudo indica que vão mesmocomeçar porque o valor está já garantido”, sustentou Mataruca, o cometimento do governo no assunto.
Os fundos do projecto virão uma parte do Orçamento Geral do Estado (OGE) e outra dos parceiros externos de cooperação da área de defesa, segundo fontes confidentes do mediaFAX.
A actual zona militar, foi construída como servidão militar na década 30, e, a sua transferência tem como objectivo, reajustar a ministério da defesa, ao novo figurino e desenvolvimento militar.
Entendidos em matéria militar, disseram ao mediaFAX que já não faz sentido a manutenção de quartéis numa zona urbanizada, por representar um sério perigo à segurança pública. “Por várias causas não é conveniente a existência de quartéis na cidade. Tem de haver uma zona própria para servidão
militar”, prosseguiu Mataruca.
Explicou que quando os quartéis foram erguidos, Maputo resumia-se apenas à zona da baixa e alta do Alto-Maé, ao invés da actualidade.
“Quando foram construídos aqueles quartéis, a cidade de Maputo era apenas na baixa da cidade e Alto-Maé, mas actualmente aqueles quartéis estão cercados por instalações civis, o que não é bom”, repetiu aquele militar de alta patente.
O projecto de reconversão dos quartéis recebeu luz verde ainda no final do mandato do antigo presidente
Chissano, após aturadas discussões que envolveram o ministério moçambicano da defesa e o município de Maputo As obras do projecto deverão ficar concluídas três anos depois do seu início. (Fernando Mbanze e redacção)
MEDIA FAX – 31.10.2005