A cooperação espanhola e o governo moçambicano vão impulsionar o desenvolvimento do Ibo, uma ilha no norte de Moçambique com forte património histórico de matriz portuguesa e local de confluência de culturas ao longo dos séculos.
A estratégia de apoio ao Ibo será delineada num seminário que se inicia na quinta-feira em Pemba, capital da província de Cabo Delgado, a que pertence a ilha, promovido pelo governo provincial, cooperação espanhola e outros parceiros.Um dos objectivos da iniciativa, de acordo com um comunicado conjunto dos organizadores, é a integração de todos os envolvidos em projectos de recuperação do Ibo.Ao mesmo tempo, será lançado um programa de emergência "para evitar a deterioração da arquitectura da ilha".Para o governo provincial, a recuperação patrimonial será acompanhada pela criação "de condições de um meio de vida sustentável para a melhoria da qualidade de vida da população que habita no seu redor".Pequena ilha do arquipélago das Quirimbas, o Ibo foi, no século XVII, a primeira capital do espaço junto ao litoral ocupado pelos portugueses no que é hoje Moçambique, e, mais tarde, um importante centro de comércio de escravos.Ainda antes dos portugueses, já o Ibo fazia parte das rotas de comércio da região, cujos vestígios são hoje visíveis na diversidade da sua população e na convivência de diversas línguas, culturas e religiões.Com um património em acentuada degradação, o Ibo tem na fortaleza portuguesa de São João Baptista (1791), a sua principal peça arquitectónica, a par com alguns edifícios de traça indo-portuguesa ou de inspiração islâmica.
AGÊNCIA LUSA - 16.11.2005