O Estado moçambicano vai participar na estrutura accionista da empresa do gasoduto de Temane para a África do Sul, através de um empréstimo de 35 milhões de euros concedido terça- feira pelo Banco Europeu de Investimento (BEI).
Os acordos de construção do gasoduto transfronteiriço entre Moçambique e a África do Sul reservam uma fasquia de 25 por cento para accionistas moçambicanos, dos quais 14 por cento serão agora realizados com o financiamento de 35 milhões de euros pelo BEI.
A maioria das acções do empreendimento que gere o gasoduto entre Temane, na província moçambicana de Inhambane, Sul do país, e Secunda, na África do Sul, é detida pela petroquímica sul-africana SASOL, que é também responsável pela produção do próprio gás.
O Estado moçambicano vai concretizar a sua presença na gestão do gasoduto através da Companhia Moçambicana do Gasoduto, da estatal Empresa Nacional de Hidrocarboneto (ENH).
Segundo o presidente da ENH, Issufo Abdula, Moçambique vai realizar o capital remanescente na sociedade até Março do próximo ano, tendo já recebido garantias de apoio de instituições financeiras locais e internacionais, designadamente da África do Sul e do Reino Unido.
"Temos até Março do próximo ano para podermos concluir os 11 por cento que faltam. O objectivo é permitir a participação de moçambicanos no gasoduto", sublinhou Abdula.
Por seu turno, o director-geral do BEI, Jean-Louis Biancarelli, afirmou que o crédito "é parte de um empréstimo muito substancial, estimado em cerca de 145 milhões de euros, que o BEI fez relativamente ao projecto de gás natural".
Biancarelli acrescentou que o pagamento do empréstimo será feito através dos dividendos que a entidade moçambicana no gasoduto obtiver.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 16.11.2005