Maputo, 25 Nov (Lusa) - O director da Companhia Nacional de Canto e Dança de Moçambique(CNCD), David Abilio, disse hoje que proclamação pela UNESCO da timbila como património da humanidade consagra mundialmente "a natureza única e rara" daquele instrumento tradicional moçambicano.
A timbila, um instrumento de percussão utilizado pela etnia chope, da província de Gaza, sul de Moçambique, foi hoje proclamada obra-prima do património oral e imaterial da humanidade pela UNESCO.
"Depois de vários estudiosos internacionais e obras terem chamado a atenção para a natureza única e sem comparação da timbila, já não era sem tempo uma consagração deste género", disse à Lusa o director da CNCD, tutelada pelo Ministério da Educação e Cultura de Moçambique.
David Abílio elogiou "a complexidade sonora e a execução da timbila", referindo que esses atributos foram sempre admirados "pelos pesquisadores mais atentos aos instrumentos e ritmos tradicionais".
Reconhecendo as virtudes da timbila, a CNDC sempre tocou o instrumento em todas as suas digressões pelos mais de 100 países onde actuou, acrescentou Abílio.
O director da CNCD disse ainda que a dimensão da timbila ultrapassa "as fronteiras do canto e dança, pois com ela os tocadores chope ridicularizaram a dominação colonial e agora cantam e tocam a paz e sensibilizam as suas comunidades sobre os problemas actuais".
O director da CNDC acrescentou que a proclamação pela UNESCO vai atrair mais interessados em pesquisar "as qualidades raras da timbila", promovendo assim digressões para Zavala, o distrito de onde é oriundo o instrumento, e "levando consigo algum desenvolvimento para aquelas comunidades pobres".