O Programa Alimentar Mundial (PAM) afirmou hoje em Maputo que apenas 200 mil pessoas afectadas pela fome em Moçambique receberam comida, das 800 mil pessoas atingidas pela carência alimentar.
Segundo a representante do PAM em Moçambique, Angela Van Rynbach, são necessárias 89.000 toneladas até Março do próximo ano para que a totalidade das pessoas em crise alimentar receba comida.
Rynbach acrescentou que a crise humanitária, devido a fome com que Moçambique se debate, é agravada pela SIDA, pois "muitos não sofrem só da fome, mas são também afectados pelo HIV/SIDA".
"O PAM distribuiu alimentos a pessoas doentes ou muito pobres que não se podem sustentar sozinhas", disse a representante daquela instituição das Nações Unidas.
A insuficiente rede de saúde e de educação degradam ainda mais o quadro de miséria em que vivem as comunidades atingidas pela fome em Moçambique, reconheceu ainda a representante do PAM.
"O apoio alimentar é importante para garantir que as pessoas estejam de boa saúde, quando encaram momentos difíceis e o PAM irá garantir que esta comida ajude pessoas mais vulneráveis", sublinhou Angela Van Rynbach.
Rynbach referia-se a uma doação de 7500 toneladas de arroz feita quarta-feira pelo governo da Argélia para acudir às vítimas da fome em Moçambique.
"Este donativo da Argélia é parte essencial dos auxílios de que precisámos para a ajuda aos mais necessitados até à próxima colheita", frisou a representante do PAM.
Além de Moçambique, a Argélia também doou arroz para a Zâmbia e Malaui, países da África Austral que atravessam uma fome severa, devido à seca prolongada.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 22.12.2005