A comunidade moçambicana na diáspora pediu hoje ao presidente de Moçambique incentivos para "retenção de cérebros" nacionais, que anualmente emigram para o Ocidente, e a ajuda do Governo para as dificuldades que enfrenta no estrangeiro.
O representante da comunidade moçambicana no estrangeiro, Januário Malalane, que reside em Portugal, defendeu também um espaço para os imigrantes moçambicanos se envolverem na procura de investimentos externos para Moçambique.
"Não queremos estar à margem do desenvolvimento" do país, disse Januário Malalane na recepção de fim do ano, hoje oferecida pelo chefe de Estado moçambicano, Armando Guebuza, aos moçambicanos residentes no estrangeiro.
Januário Malalane expressou a "total disponibilidade" da diáspora moçambicana no apoio aos esforços do actual Governo moçambicano, há cerca de um ano em funções, para angariar investimentos para o país.
"Mas - disse - a comunidade moçambicana pretende ver criadas facilidades de instalação naqueles países", principalmente no concernente à "autorização de vistos de residências e acesso ao consulado".
Em resposta, Armando Guebuza prometeu ajudar os moçambicanos no estrangeiro a superarem as dificuldades com que se debatem, apelando-lhes também para a concretização de iniciativas empresariais no seu país de origem.
"Queríamos apelar a todos (moçambicanos na diáspora) para poderem criar ambiente, simpatia, amizade e vontade nos países ricos onde vivem, de modo a trazerem desenvolvimento também a Moçambique, criando pequenas empresas e fábricas no país", respondeu Guebuza.
Um estudo do Banco Mundial revela que 45,1 por cento dos moçambicanos com o ensino superior vivem no estrangeiro, o que coloca o país na 25ª posição na lista global dos mais afectados pela "fuga de cérebros".
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 22.12.2005