Um terço do capital do Banco Internacional de Moçambique (BIM) é quanto o BCP e o Estado moçambicano se preparam para vender, numa operação conjunta, nos primeiros meses de 2006, revelaram hoje os responsáveis da instituição financeira portuguesa. | |
O novo parceiro que entrar no BIM ficará com até 16 por cento da participação actualmente detida pelo Banco Comercial Português (BCP) - que manterá sempre a maioria mas reduz os 66,686 por cento - mais pelo menos 15 por cento que o Estado moçambicano detém directamente, explicou o presidente do BCP numa conferencia de imprensa em Maputo.Esse novo accionista "faz sentido" que seja "um grupo financeiro da região ou que já tenha operações na região", revelou a mesma fonte, adiantando que a operação já não será concluída este ano, como se previa, mas sim "no primeiro trimestre ou no máximo nos primeiros seis meses de 2006".Paulo Teixeira Pinto, que se deslocou a Moçambique acompanhado da maioria dos membros do Conselho de Administração do BCP para as comemorações do 10º aniversário do BIM reiterou o compromisso e a vontade do maior banco privado português de continuar com a operação em Moçambique, mantendo a liderança."Tivemos sucesso nestes dez anos e acreditamos que vamos continuar a ter", sublinhou o presidente do BCP, depois de também o presidente do BIM, Mário Machungo, ter afirmado que o banco está "preparado para continuar a desempenhar um papel muito importante".As manifestações de interesse para comprar a parte do capital que o BCP e o Estado moçambicano querem vender vieram de instituições financeiras da África do Sul mas também de bancos internacionais com interesse na região e "será possível formular os convite logo no início de 2006", espera o BCP.O capital social do BIM é detido em 66,686 por cento pelo BCP, 15 por cento pelo Estado moçambicano - depois de recentemente ter cedido 7,0 por cento aos antigos trabalhadores e 1,0 por cento aos actuais - 4,95 por cento pelo Instituto Nacional de Segurança Social (que poderá ou não também vender), 4,144 pela Empresa Moçambicana de Seguros e 1,084 pela Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade.Líder de mercado, com 41 por cento de quota nos créditos e 45 por cento em depósitos, o BIM é o único banco de Moçambique com agências em todas as capitais de provincial, com 210 balcões.O BIM apresentou 7,9 milhões de euros de lucro nos primeiros nove meses deste ano, mais 46 por cento que em igual período de 2004, e uma rentabilidade dos capitais próprios de 19 por cento. AGÊNCIA LUSA - 01.12.2005 |