O Fundo Monetário Internacional (FMI) saudou o acordo de transferência de Cahora Bassa para Moçambique, afirm ando que ele vai permitir a este pais aumentar o desenvolvimento de infra-estruturas.
O FMI anunciou também a concessão de mais 2,3 milhões de dólares (1,9 m ilhões de euros) ao abrigo de uma programa de redução de pobreza e crescimento e conómico de 16,4 milhões de dólares (13,6 milhões de euros), elogiando ao mesmo tempo a situação económica do país. Isto eleva para 9,4 milhões de dólares (7,8 milhões de euros) a quantia já entregue a Moçambique ao abrigo do programa.
O vice-director executivo do FMI, Takatoshi Kato, disse, após uma reunião da Comissão Executiva da organização, que a economia de Moçambique continuou a comportar-se "bem em 2005 apesar do aumento dos preços do petróleo e o impacto da seca".
Num comunicado, Kato disse que o governo moçambicano deve ser "elogiado " pela melhoria da aplicação do seu programa económico, "o que tem ajudado a manter a estabilidade macroeconómica e contribuiu para o crescimento económico robusto".
"A boa execução fiscal merece especial menção," acrescenta.
O dirigente do FMI disse que as autoridades moçambicanas têm à sua fren te o desafio de manter um crescimento económico "elevado e alargado e alcançar mais progressos no alívio da pobreza".
"Isto vai requerer preservar o esforço de estabilização, a melhoria do clima de investimento e seguir uma consolidação fiscal gradual através de uma melhoria da angariação de rendimentos domésticos e uma reforma da administração de gastos," diz o comunicado.
Para Takatoshi Kato "o recente acordo de transferência da maioria da companhia de Cahora Bassa para Moçambique, que deve ser saudado, fornece às autoridades a oportunidade de alcançar um maior desenvolvimento de infra-estruturas do pais, o que é necessário para reduzir a pobreza".
A declaração faz notar no entanto a necessidade das autoridades "reintroduzirem a reforma do sector público e aplicarem a descentralização fiscal de um modo que leve a uma maior responsabilização e melhor fornecimento de serviços".
Para melhorar a governação e reduzir os custos de fazer negócios em Moçambique, "as autoridades vão ter de trabalhar numa versão revista da estratégia anti-corrupção e nova legislação comercial, de aquisição e de mercado de trabalho".
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 20.12.2005