Semanário Domingo (Maputo, 4 Dez 05 p. 8)
Carta a Muitos Amigos - por Sérgio Vieira
Na invenção da História, parece que saiu um novo opúsculo em Maputo com a versão do apartheid sobre o assassinato de Samora Machel e dos seus colegas. Funda-se na versão do apartheid e em especulações e camuflagens proporcionadas por elementos ligados no passado à PIDE e aos serviços rodesianos e sul-africanos. Veja-se, para comprovar, a lista dos agradecimentos que o autor endereça.
Penso que o estado Moçambicano, para que não se sufoquem os factos, deveria republicar o relatório moçambicano e o soviético assim como os dados das chamadas caixas negras. Igualmente, deveria publicar a comunicação que o presidente Chissano fez à II Legislatura da Assembleia da República.
Um abraço à verdade quando se trata de História e não de ficção.
Autor de “A MORTE DE SAMORA MACHEL” Responde a Sérgio Vieira
Semanário Domingo (Maputo, 18 Dez 05 p. 9)
Ex.mo Senhor Jorge Matine
Ilmo Director do Semanário Domingo
[email protected]
Na edição do dia 4 do corrente, o V/colaborador, Sr. Sérgio Vieira, proferiu
uma série de alegações francamente difamatórias, lesivas da minha dignidade,
e que merecem o seguinte reparo, no âmbito do direito de resposta consagrado
na Lei de Imprensa em vigor no país:
1. O livro, A Morte de Samora Machel, de minha autoria, não contém a "versão
do apartheid" sobre o acidente de aviação de Mbuzini, mas sim os pontos de
vista dos países que integraram a respectiva Comissão de Inquérito,
nomeadamente a África do Sul, Moçambique e a extinta União Soviética.
2. O livro fundamenta-se no relatório elaborado por aquela comissão, o qual
inclui, entre outros, dados comprovativos dos erros flagrantes cometidos
pela tripulação do Tupolev presidencial e que viriam a causar o acidente.
Tais dados foram recolhidos por investigadores dos três países acima
mencionados.
3. As individualidades a quem, no livro, agradeço o apoio prestado, apenas
me auxiliaram na interpretação de inúmeros pormenores técnicos constantes do
relatório em causa, para além de terem facilitado entrevistas com diversas
fontes, todas elas, aliás, devidamente identificadas.
4. A responsabilidade pelos pontos de vista e interpretação de determinados
factos mencionados no livro é inteiramente do autor, não reflectindo nenhuma
outra posição, tanto oficial, como particular.
5. É, portanto, gratuita, a insinuação feita pelo Sr. Sérgio Vieira de que o
livro, A Morte de Samora Machel, contou com o apoio de antigos agentes da
PIDE e das suas congéneres rodesiana e sul-africana, e isso é facilmente
comprovado pelo facto do V/colaborador, como lhe é peculiar, não ter
fundamentado a atoarda ora propalada e não o poderia ter feito pois nem
sequer havia lido o livro, conforme ele próprio admite.
Sem outro assunto a tratar, creia-me
De V.Exa
Atenciosamente
João M. Cabrita
Recorde em:
http://macua.blogs.com/moambique_para_todos/2005/11/no_escrever_a_h.html