Chegar a Maputo e ter a felicidade de viajar até a província de Nampula, ser recebido por amigos que muito bem nos acolheram, visitar a cidade e Ficar hospedado num novo hotel, recentemente inaugurado, é bom demais para Ser verdade, dirão vós. Mas foi! Mais estaria para vir. Fomos a Nacala, amigos, mais uma vez nos acolheram, visitamos com minúcia o Porto de Nacala.
Está em curso uma grande acção de manutenção e melhoramentos, pois em breve terá de responder a solicitações de grande dimensão que se avizinham.
Senti no local que a Plataforma Logística Internacional de Nacala é uma realidade a ter em consideração pelos agentes económicos nacionais e internacionais.
Caminhamos até á maravilhosa praia Fernão Veloso, a indiscritível cor do mar, aguardava-nos. Aqui não resistimos a uns camarões grelhadas e uma boa cerveja moçambicana.
Foi um repouso necessário aquele que tivemos. A Ilha de Moçambique seria a etapa seguinte, sempre conduzidos pela segura condução do senhor Baulela.
Surpreendemos com a nossa presença, sem aviso prévio, o amigo Salimo, presidente da Associação dos Amigos da Ilha de Moçambique. Ele respondeu-nos á surpresa, com outra surpresa. A sua mulher Kiu Kiu, Maria Vaz, para quem tiver difuldades de pronúncia, dona do restaurante O Paladar.
Honra lhe seja feita. O peixe grelhado que nos ofereceram, não dá para esquecer.
Esta refeição foi acompanhada por uma amena cavaqueira, onde não faltou reflectirmos sobre como exportar o limão pequenino, aquele com que se faz o achar, estão a ver qual é, não é verdade? Mas Camões aguardava pela nossa visita. Fomos render homenagem á sua estátua. Visitámos os monumentos, percorremos a Ilha de lés a lés. É importante o projecto da cooperacção portuguesa, os habitantes da Ilha mais atentos aguardam-no com expectativa.
O hotel é bom e funciona, precisa de ser conhecido, promovido no estrangeiro. Os acessos rodoviários a partir de Nampula até Nacala e Ilha de Moçambique, são de alta qualidade, bom pavimento e rápido acesso. É perfeitamente exequível, fazer este percurso no mesmo dia, sair de manhã e regressar à noite, visitar tudo aquilo que pretendemos, almoçando em Nacala e jantando na Ilha de Moçambique.
Voamos até à Beira, aqui passamos um fim de semana, como sempre, entre amigos. Muito convívio e uma caldeirada de cabrito para vinte e quatro pessoas. O cabrito, era de Tete, claro! Era dia de eleições em Portugal, a comunidade portuguesa acompanhou com interesse o seu desenrolar. Na Beira visitámos o seu moderno porto, bem equipado, seguro e funcional. Quanto à sua segurança o amigo Carlos Salvador está mesmo atento, como tivemos oportunidade de verificar.
Sente-se que a Beira está a despertar da letargia do passado recente. As actividades culturais da sociedade civil também emergem, temos o caso da Associação Cultural promovida pela Maria Pinto de Sá, vem aí o Carnaval e a Feira do Livro de língua portuguesa. O comércio está activo. A hospitalidade é também marcante nesta cidade do centro de Moçambique.
Augusto Macedo Pinto, [email protected].
Texto publicado em «O Primeiro de Janeiro» a 27 de Janeiro de 2006