Anibalzinho que fique aqui, Ferreira que vá e músicos que se entendam...
O Juiz Dimas leu uma sentença brilhante na manhã daquela sexta-feira. Bem elaborada. Detalhada e tecnicamente bem feita.
A sentença do dr. Dimas vai ao detalhe na descrição dos crimes do Anibalzinho. Faz um enquadramento jurídico claro. Fiquei fascinado quando teorizando sobre a jurisprudência, o juiz disse que a culpa é a questão máxima num processo. Mais ou menos isso.
Gostei que o juiz tenha decidido que Anibalzinho, sendo nosso criminoso, que fique por cá a cumprir a sua pena. Não vale de nada produzirmos criminosos e no momento da verdade, pedirmos aos vizinhos ou outros países que guardem esses criminosos nas suas cadeias. Em algum momento, o País deve ter os seus desafios e este é um desafio nosso.
Concordo também, nesta perspectiva, com o Dr. Joaquim Madeira. As nossas cadeias têm sim senhor condições para que Anibalzinho cumpra cá e bem a sua pena. Doutras vezes, que fique claro de uma vez por todas, ele não fugiu. Abriram-lhe as portas e agora, que fiquem desactivados de vez esses facilitadores de Anibalzinho.
Na nossa classe, está em curso uma vergonha. E a vergonha tem cara. A cara da vergonha é Artur Ferreira.
Numa altura destas, repugna-nos saber que um homem que se supõe ser intelectual, trata assim dos colegas e dos seus colaboradores. A gente a pensar que isso acontece em algumas mentalidades boers, quando na verdade acontece mesmo com gente que usa a mesma língua que a nossa oficial.
Nós que andamos a denunciar injustiças, racismos e comportamentos injustos dos outros afinal somos nós a tratar de desgraçados, p. tas aqui e p. tas acolá às nossas colaboradoras.
E como um mal nunca vem só, a desgraça dos moçambicanos é a de que apesar de insistentes apelos de Guebuza para que tenhamos auto-estima, há que nas burocracias dos gabinetes só vê um caminho onde podia ver muitos.
Essa do Gabinfo de que entre a Mais e a Nova Mais há diferenças só lembra o Diabo.
Então os nossos queridos burocratas, se amanhã alguém ir lá registar o Novo Zambeze ou o ZAMBEZE renovado não terão nenhuma curiosidade. Não farão nenhuma pesquisa no mercado para saber o que se passa. Não temos protecção nenhuma, afinal? Só querem os nossos impostos?
E desaguamos noutra tristeza nesta semana. A dos músicos que sem entenderem bem que estão a ser manipulados por fora, estão em lutas internas sem ganhos nenhuns.
José Mucavele e Wazimbo, vozes que se deviam resguardar para servirem de exemplo nas novas gerações de artistas, estão em guerra sem quartel por causa da autoria de uma música.
Um debate que se se aconselhassem nas suas idades e experiências, podia terminar numa conversa amena de companheiros.
Um debate ridículo, cujo balanço é nulo.
E espero que os jovens músicos não sigam este mau exemplo.
E cuidem-se os artistas com as televisões. Vão vos gastar a imagem e po-los no ridículo. Sem ganhos visíveis.
Lourenço Jossias - ZAMBEZE - 25.01.2006