Na gestão do INGC
MAPUTO – Da investigação levada a cabo pelo A TribunaFax, consta que o
antigo director do Instituto Nacional de Gestão das Calamidades, Silvano Langa, cometia falcatruas na instituição, sob protecção do ex- ministro Leonardo Simão.
Do relato dos funcionários daquela instituição, constantes de um documento a que o nosso jornal teve acesso, e que segundo revelações das fontes no anonimato, está também na posse do governo da Frelimo, que Silvano Langa abusou a instituição porque era “menino bonito” do ex-ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Leonardo Simão, agora delfim da recém-criada Fundação Joaquim Chissano. “As falcatruas cometidas pelo ex-director do INGC, Silvano Langa, eram protegidas pelo ex- ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Leonardo Simão”, denunciam funcionários daquele organismo que responde pelas calamidades no País. Aliás, segundo as mesmas fontes, sustentando suas declarações, apontam que das reuniões com o ex-ministro Simão, este teria dito aos funcionários que quem não se sente à-vontade em trabalhar com Langa, “as portas estão abertas, pode ir embora”, dizem citando o ministro. Este pronunciamento, segundo as fontes, surge na sequência de várias denúncias dos trabalhadores contra aquele que durante dez anos foi director nacional da instituição, que responde pelas calamidades naturais. Prosseguindo, as fontes reiteram que durante a direcção de Langa, as relações públicas e de trabalho naquela instituição deixaram muito a desejar. O ambiente de trabalho implantado por Langa desde que ascendeu a director nacional do INGC em 1994,era difícil e conturbado. “É um facto que ao ex-director do INGC, falta a mais essencial característica que se torna requisito, quando se é chefe de uma vasta equipa que na vertente do INGC, trata de área sensível como a de assistência humanitária, de forma a preservar a vida de pessoas a quem universalmente estão consagrados direitos e deveres, como respeito pelo próximo e um grau elevado de humanismo”, As fontes que denunciam as falcatruas de Langa em exclusivo ao A TribunaFax, reiteram que o ex-director do INGC, ao longo do seu reinado, pautou por um comportamento repreensível, característico de um indivíduo sofrido e que procura na sua ascensão, fazer sentir tudo por que passou ao longo da sua lamentável situação de infância. “Na nossa instituição, em seminários e reuniões, Langa chamou nomes não só a nós como seus subordinados, assim como a tantos outros com quem a instituição tem vindo a manter relações de trabalho, apelidando-lhes de macacos, burros, ignorantes, matulões e de mais coisas horríveis”, denunciam. Prosseguindo, e em resultado deste tipo de comportamento, as fontes denunciam que o carácter do Conselho Técnico de Gestão de Calamidades, deixou de contar com a presença de alguns representantes das instituições com poder de decisão como, por exemplo, directores, mesmo os que lhes representam e fazem-se ao INGC por obrigação profissional. Consta, segundo dados em poder da nossa equipa de investigação, que o relacionamento entre a Direcção Nacional do INGC liderado por Silvano Langa e as delegações provinciais, nunca foi dos melhores. “Silvano Langa nunca se dignou visitar as instalações de algumas delegações provinciais, limitando-se a fazer o contacto com o pessoal do INGC da província a partir do hotel. O nosso director tem muito que responder em tribunal, mas como é protegido pelo ex-ministro Leonardo Simão, estamos em crer que o trabalho da comissão de inquérito não vai trazer nada. Mas existem factos incriminatórios contra Langa. Estamos dispostos a trazer tudo ao de cima”. (Redacção) – TRIBUNAFAX – 19.01.2006