Setecentas toneladas de fibra de algodão, correspondentes a cerca de 770 mil dólares americanos, estão a deteriorar- se por falta de condições de aprovisionamento aliado à indisponibilidade de vagões por parte do Corredor de Desenvolvimento do Norte(CDN) para o escoamento daquele produto do local de comercialização para o porto de Nacala.
Centenas de fardos de fibra de algodão, pertencentes à Companhia Algodoeira de Nampula, CANAM, encontram-se expostas à chuva que se regista com intensidade nos últimos tempos, sol e poeiras, que aceleram a destruição do produto, como também concorrem para a perda da qualidade, com implicações sérias para a sua comercialização.
Miguel Macie, director de produção da CANAN, disse que os armazéns da sua empresa no distrito de Ribáuè, esgotaram a capacidade de aprovisionamento e a situação poderá agravar-se ainda mais porque o processo de descaroçamento prossegue.
Acrescentou que a sua empresa precisa de cinco vagões por semana para escoar vinte toneladas de fibra de algodão de Ribáuè para Nacala-Porto, e, desde Outubro do ano passado, que não recebe um único vagão, alegadamente porque o CDN está a acudir a uma situação de fome no Malawi, transportando milho para aquele país vizinho.
A fonte precisou que não se trata da primeira ocasião que o CDN não cumpre com o acordo firmado com a CANAN em Agosto do ano transacto, facto que já custou a perda de cem toneladas devido à chuva, uma vez que se encontravam fora dos armazéns já superlotados na circunstância.
Miguel Macie referiu que o incumprimento dos acordos de cedência de vagões por parte do CDN, acarreta prejuízos avultados para a Canam na apenas na vertente financeira, como também na própria reputação.
Neste momento, quantidades enormes de semente de algodão destinadas ao fabrico de óleo alimentar na unidade existente em Netia, distrito de Monapo, correm o risco de apodrecer no interior dos armazéns da CANAN, por falta de meios para o seu transporte ferroviário até Namialo.
Selma Valy-Dixon, oficial de comunicação no CDN, desmente que o seu consórcio não esteja a cumprir os acordos rubricados com a CANAM, alegando que esta fomentadora de algodão retém os vagões concedidos, para o escoamento da fibra, fora dos limites admissíveis.
Observou que a situação só pode inverter-se quando a referida empresa fizer maior rotação dos vagões cedidos, pois a demora que actualmente se regista prejudica o CDN que tem muitos clientes.
WAMPHULAFAX – 24.01.2006