Quase 20 mil pessoas encontram-se afectadas pelas inundações que atingem a província de Sofala, centro de Moçambique, estando as autoridades a proceder à evacuação das zonas de risco, anunciou hoje a protecção civil moçambicana. Apesar do caudal dos rios Pungué e Zambeze ter baixado nos últimos dias, o seu nível permanece elevado, constituindo um risco para a população ribeirinha.
Na quinta-feira, o Conselho Nacional da Água anunciou que o nível do rio Zambeze, no distrito de Marromeu tinha atingido 5.54 metros, quase um metro acima do limite de alerta de 4.75 metros.
A previsão de fortes chuvas para os próximos dias, uma situação normal nesta época do ano, levou à reinstalação da população de diversas áreas daquela província, que está a ser apoiada com tendas e rações de comida.
Segundo Américo Muianga, membro do Conselho Técnico de Gestão de Calamidades (CTGC), existem 240 desalojados no Dondo, a norte da cidade da Beira, e mais de 1200 junto a Caia, na bacia do Zambeze.
Nesta última região, há diversas ilhas com população que tem que ser igualmente retirada, acrescentou aquele responsável.
Orlando Francisco, director do CTGC na Zambézia, acrescentou que os distritos de Chinde, Mopeia, Morrumbala, Maganja de Costa e Namacurra são os que suscitam maiores preocupações naquela província a norte do rio Zambeze, com uma população de 3.4 milhões de pessoas.
Em Chinde, cerca de 60 mil pessoas vivem perigosamente perto do rio Licungu e os esforços de evacuação enfrentam dificuldades pelo facto das terras altas ficarem bastante afastadas e não disporem de lotes suficientes para a prática da agricultura.
Diversas organizações internacionais, como o Programa Mundial Alimentar, da ONU, e a Save the Children (Reino Unido) estão a colaborar com as autoridades no auxílio às populações, através de entrega de alimentos, rádios, roupas e outros bens.
EXPRESSO AFRICA - 28.01.2006