Na nossa edição da semana passada e nesta, demos interessantes desenvolvimentos noticiosos em volta do caso Amadeu, que é empresário português radicado em Cabo Delgado e que explora a área da madeira.
Os desenvolvimentos referem que Amadeu tem, de facto, dez processos-crime contra ele na praça de Cabo Delgado, por burla e defraudação a parceiros locais.
Os desenvolvimentos referem que Amadeu da Costa Oliveira viu seus bens penhorados- ou houve anúncio dessa intenção- por dívidas à Fazenda.
Os desenvolvimentos referem que por tudo isto- ver declarações revelantes do PGR noutra página desta edição- Amadeu deverá responder em juízo pelos processos citados.
No entretanto, vamo-nos apercebendo da estratégia que Amadeu e seu grupo de protectores usaram para provocar as polémicas que surgiram na Imprensa moçambicana e portuguesa em Outubro/Novembro do ano passado. Para distrair a opinião pública e dar a idéia de que ele estava a ser vítima de chantagens e de perseguição.
Vamos suspeitando que é possível que as acusações contra aqueles magistrados de Cabo Delgado não tenham pernas para andar. É possível que os insultos à Justiça moçambicana feitos por Oliveira a partir de Lisboa tenham sido gratuitos. É possível que a imagem de um Estado soberano e das suas instituições tenha sido desgastada por mera operação de mafiosos ou gente que actua tipo tal.
E vamo-nos apercebendo gradualmente que uma vasta operação de branqueamento de imagem de Oliveira foi lançada.
E aqui vale recordar que alguém, que sou eu, tinha denunciado que esse Oliveira não é nenhum santo como queriam dar a entender que era.
E a minha denúncia, mereceu uma página de um jornal, a discutir futilidades onde eu apenas exigia o regresso do tal para responder em solo pátrio às acusações que pesam sobre ele, de burla de dezenas de milhares de dólares a empresários moçambicanos. E parece que como quase sempre, eu tinha razão.
A nossa memória que registe estes episódios que ocorrem num País onde felizmente, nós os outros ainda temos capacidade de ver. E de “denunciar”, como diz o outro.
Lourenço Jossias