A Sociedade Algodoeira de Namialo (SANAM) acaba de adquirir a massa falida da Sociedade de Desenvolvimento Algodoeiro de Namialo (SODAN), até então considerada “gigante” do sector de produção do chamado “ouro branco”, ganhando, desta forma, o monopólio no fomento daquela cultura ao nível da província de Nampula, de acordo com dados apurados pela nossa reportagem junto do Instituto de Algodão de Moçambique.
Não foram avançados os valores da compra, mas segundo aquela instituição, esta aquisição representa uma lufada de ar fresco para o governo da província, que sempre esteve interessado no encerramento do “dossier” SODAN, em virtude das implicações sociais e económicas que a falência daquela fomentadora representava.
Com efeito, até à altura da declaração da sua falência, no ano passado, a SODAN congregava mais de 50 mil famílias camponesas nas áreas de concessão, as quais contribuíam com 20 mil toneladas daquela cultura, o que representava uma queda de cerca de 40 por cento do volume
global de produção da província.
Issufo Nurmomade, sócio-gerente da SANAM, não confirma nem desmente a informação da aquisição da SODAN ora avançada pelo governo, deixando tudo para a data do anúncio oficial dos resultados do concurso da venda daquela empresa.
Assim sendo, a SANAM torna-se na actual “gigante” na produção de Algodão, uma cultura com inúmeras incertezas dos preços de sua colocação no mercado internacional, situação originada pelo badalado problema dos subsídios à agricultura oferecidos aos produtores europeus e americanos pelos respectivos governo.
Aliás, terá sido esta a causa apontada pelos gestores da SODAN para a falência daquele “monstro”.
Como alternativa ao problema da volatilidade dos preços, a SANAM, aposta na transformação de algumas componentes daquela cultura, caso da semente em óleos e bagaço, o que compensa na recuperação dos custos de produção.
WAMPHULAFAX – 31.01.2006