Tal como Sofala - onde os Portugueses instalaram a sua primeira Capitania de Moçambique (em 1505) - Cabora Bassa mereceu novo livro de A. Santos Martins neste início de 2006, servindo-lhe de pretexto o facto de o Governo de Lisboa ter decidido entregar aquele majestoso empreendimento hidroeléctrico (um dos maiores do mundo) ao Governo de Maputo.
Para o autor, Sofala foi o 'Alfa' da presença portuguesa em Moçambique; e Cabora Bassa o 'Omega', donde lhe chamar «a última epopeia, o derradeiro esforço entre os actos mais sublimes dos Portugueses no meio milénio que passou desde as Descobertas marítimas que deram 'novos mundos ao mundo' até à chamada 'Revolução dos Cravos' (1974) e à política seguida pelos seus responsáveis, civis e militares, de entrega das Províncias Ultramarinas a movimentos ditos 'de libertação'».
Com o livro 'Cabora Bassa - a última epopeia' - que será lançado em Coimbra no decorrer do mês de Fevereiro -, o autor pretende homenagear todos aqueles que resistiram em Moçambique aos chamados 'ventos da História'. Mas com ele também se dirige às novas gerações de portugueses e moçambicanos, tratando do que foi o grandioso Plano do Zambeze, esse 'pinhal de naus por fazer' com que gente lusa, nas últimas décadas da sua presença naquele novo país do Índico, tentou fazer nascer «uma nova Civilização» que libertasse os povos da vasta região - e outras regiões da África Austral - do subdesenvolvimento que continua a fustigar, da forma mais atroz, os povos do Continente Negro.
Para que o Plano do Zambeze chegasse onde chegou e Cabora Bassa nascesse, milhares de portugueses e moçambicanos deram o melhor do seu esforço e muitas vidas se perderam, sobretudo depois de a Frelimo para ali dirigir o seu esforço de guerrilha, com o objectivo de impedir - o que não conseguiu! - a monumental barragem hidroeléctrica e a formação da sua imensa albufeira.
'Cabora Bassa - a última epopeia' é fruto do trabalho de um jornalista instalado em permanência naquela região moçambicana, durante alguns anos, precisamente para acompanhar o Plano de Desenvolvimento do Vale do Zambeze. Mas há capítulos sobre a presença portuguesa ao longo de quase meio milénio, onde se revela um empenhado estudioso da História de Moçambique.
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