Cinco pessoas morreram e 27 ficaram feridas, das quais cinco em estado grave, na província de Manica, centro de Moçambique, vítimas do sismo de quarta-feira, segundo o último balanço hoje divulgado pelas autoridades moçambicanas.
Números avançados hoje pelo Instituto Nacional de Gestão de Calamidades de Moçambique (INGC) indicam que quatro pessoas, entre as quais uma criança, morreram no distrito de Machaze, em Manica, e uma criança sucumbiu em Chimoio, capital daquele província.
O sismo atingiu uma magnitude de 7,5 na escala aberta de Richter, com epicentro em Chipungabera, em Manica, a 530 quilómetros a norte da capital, Maputo.
Alice Tamele, administradora do distrito de Machaze, próximo da região do abalo sísmico, informou que alguns feridos já foram transportados para o hospital central de Chimoio, capital provincial de Manica.
No seu balanço, o INGC assinala que ficaram destruídas 14 casas em Machaze e 35 em Chipungabera e que 12 na cidade da Beira, província de Sofala, sofreram danos.
Hoje, as populações de Machaze iniciaram a reconstrução das suas habitações, embora ainda estejam a recuperar do susto, disse a administradora.
Nas minas de ouro de Manica não se registou qualquer incidente, refere o INCG, que anunciou a edição de um guia sobre actividade sísmica e o comportamento a adoptar em tal situação.
Entretanto, as Nações Unidas e a Suíça vão financiar o aluguer de um helicóptero para sobrevoar ainda hoje a região onde se localizou o epicentro do sismo, junto da fronteira com o Zimbabué.
O tremor de terra foi o mais forte registado no sul de África nos últimos cem anos mas a sua intensidade não foi suficiente para perturbar o sono do ex-presidente sul-africano e líder histórico do ANC, Nelson Mandela.
Mandela e a sua mulher, Graça Machel, encontram-se actualmente em Maputo, mas a sua residência na capital moçambicana não sofreu danos devido ao tremor de terra.
Uma porta-voz do ex-presidente, citada pela imprensa sul- africana, referiu que Nelson Mandela se encontrava a dormir no momento do primeiro e mais forte abalo às 00:19 (22:19 em Lisboa), não tendo acordado.
Na mesma altura, a sua mulher participava no aniversário de uma filha, de um primeiro casamento com o falecido presidente moçambicano, Samora Machel.
O sismo levou milhares de habitantes das cidades de Maputo, Chimoio e Beira a abandonar as suas residências e a concentrar-se nas ruas, temendo os efeitos de possíveis réplicas.
NOTÍCIAS LUSÓFONAS - 24.02.2006