<>
O Conselho Islâmico de Moçambique compartilhou "a mágoa e ira dos muçulmanos" contra as caricaturas do profeta Maomé, mas limitou a sua reacção a cartas que vai dirigir às embaixadas da Dinamarca e da Noruega em Maputo.
O presidente do Conselho Islâmico de Moçambique, Aminuddin Mohamad, considerou os 'cartoons' como "provocatórios" e denotando "falta de respeito para com todos os muçulmanos".
"Aquelas caricaturas são actos provocatórios e falta de respeito, sem benefício nenhum, que nem de um ateu se podem compreender", sublinhou Mohamad, frisando "a necessidade de respeitar quem acredita".
O líder do Conselho Islâmico de Moçambique considerou "sem valor" o argumento de que os desenhos jocosos contra o líder espiritual muçulmano têm base na liberdade de expressão.
"Se aceitarmos a liberdade de expressão sem limites, então vale tudo, como o leão no mato, que pode matar a gazela sempre que lhe apeteça", contrapôs Aminuddin Mohamad.
Em protesto contra as caricaturas, a comunidade muçulmana em Moçambique vai enviar cartas às representações diplomáticas da Noruega e Dinamarca em Maputo, acrescentou.
O presidente do Conselho Islâmico de Moçambique descartou a hipótese de realizar manifestações no país contra "a provocação", como forma de evitar que "agitadores e infiltrados tirem partido da situação, para manchar os muçulmanos".
Apesar de estar solidário com "a mágoa e ira dos muçulmanos", o presidente do Conselho Islâmico de Moçambique condenou os ataques a embaixadas da Dinamarca e Noruega, apelando à contenção.
"Como súbditos de Maomé, temos de dar prova de perdão e cabeça fria perante a provocação, pois ele agiu assim em momentos difíceis", sublinhou Mohamad.
ZAMBEZE - 08.02.2006
>