ACUSADO POR ALGUNS MEMBROS DA “PERDIZ”
... o “líder” replica dizendo que “o partido precisa muito de mim”.
(Maputo) Dito recentemente pelo próprio presidente da RENAMO, a sua candidatura às
próximas eleições presidenciais de dois mil e nove é vital e encontra aconchego num número “ilimitado” dos membros do partido, porque “mais do que nunca precisam de mim”.
Afonso Dhlakama disse que, mesmo ciente de que haja alguns membros do seu partido que o não querem ver a continuar, vai concorrer às próximas eleições porque “sou jovem e nunca perdi o escrutínio. Sempre fui roubado pela FRELIMO. A RENAMO precisa muito de mim e nunca pode colocar-me de lado”.
Para algumas fontes insuspeitas da “perdiz”, a revelação do “líder” deve ser entendida como uma metáfora da realidade abundante no partido. Dhlakama “não é e nunca foi de aceitar opiniões pluralistas. Ele é um ditador.”
O que equivale a dizer que fica por terra a razoabilidade de se pensar que a sua eleição para ser concorrente às presidenciais, dependa do Congresso a realizar-se este ano. “Ele se auto-elegeu e o Congresso só vai servir para o legitimar”, frisaram os nossos interlocutores.
Por outro lado, o debate de que alguns financiadores exógenos da “perdiz” não querem ver Dhlakama na “continuidade”, sob pena de cortarem o financiamento, já resvalou à diversos sentidos e concomitantemente está a provocar um “tumor maligno” à cabeça do “líder”, chegando ao ponto de declarar “irado” de que “não vou abandonar a minha posição no partido porque sou jovem “. E repetiu o mesmo estribilho de que “a RENAMO precisa muito de mim. Reúno condições mais que suficientes para estar a frente dela. Não porque esteja a orgulhar-me, mas é um facto”, entende-se, igualmente, de que é insubstituível e tudo que se faz e se decide no partido emana das suas ordens.
CORREIO DA MANHÃ – 15.02.2006