Três cidadãos estrangeiros, dois de nacionalidade libanesa e um outro de nacionalidade paquistanesa, estão sob custódia numa das unidades policiais, indiciados de terem raptado membros de uma família na cidade de Maputo. Trata-se de Mohamed Abdul Magid, 20 anos de idade, Mohamed Bashir, 40, e Vick Luyeye, 35, este último paquistanês. Segundo a Polícia, outros dois cidadãos estrangeiros ligados ao grupo de raptores são dados como fugitivos, estando as autoridades a trabalhar com vista á sua localização.
O rapto, conforme apuramos de Arnaldo Chefo, oficial de Imprensa no Comando da PRM na Cidade de Maputo, tinha como propósito, alegadamente forçar o moçambicano E. J. Clemente e sua família a saldar a dívida para com o grupo, orçada em 350 milhões de meticais. Clemente não reconhece este valor, mas sim 120 milhões de meticais correspondente ao levantamento faseado de produtos num armazém gerido pelos estrangeiros.
Clemente contraiu a referida dívida porque, como trabalhador do armazém Ali Maite, sito na Avenida de Angola, tinha facilidades de levantamento de produtos. Este estabelecimento, pertença do seu pai, foi dado de aluguer por ele ao grupo de estrangeiros. Na altura ficou acordado que ele iria continuar ligado ao armazém, mas como empregado. Só que, de há algum tempo a esta parte, Clemente nunca conseguiu pagar as suas dívidas, o que terá precipitado o grupo a orquestrar o rapto e forçar a família, com a ajuda de uma advogada da praça, a passar o armazém a seu favor.
O oficial de Imprensa explicou que os estrangeiros raptaram o jovem Clemente no passado dia oito do mês em curso, tendo o levado até á residência de um dos raptores no bairro da Malhangalene, local onde serviu para torturar e forçá-lo a pagar a referida dívida.
De acordo com Chefo, como Clemente não cedia a pressões e depois de terem forçado a sua mãe a ir ao seu encontro através de mensagens ameaçadoras e a colocado no cativeiro juntamente com o filho, os raptores insistiram que a dívida devia ser saldada naquele instante, se não a justiça seria feita pelas próprias mãos.
A dado momento, o grupo deixou de exigir dinheiro mas sim que a família passasse a documentação do estabelecimento em seu nome e como não foi aceite, o grupo levou Clemente e sua mãe para casa de uma advogada influente da praça que, defendendo os raptores, elaborou as respectivas minutas para serem assinadas forçosamente, comprovando, deste modo, a entrega do armazém.
Foi durante este processo que a mãe do jovem conseguiu escapar-se, ligando em seguida para a Polícia que se fez presente no local.
NOTÍCIAS - 16.02.2006