Irmã Gabriela
Exposição de Pintura da Irmã Gabriela
Biblioteca Municipal, de 18-03-2006 a 16-04-2006
Local Biblioteca Municipal
Data de 18-03-2006 a 16-04-2006
Horário 2ª a 6ª – das 11h00 às 19h00
Sábado, Domingo – das 15h00 às 20h00
Contactos Fax: 22 374 56 79
Morada Rua de Angola, 4430-014 VILA NOVA DE GAIA
Telefone 22 374 56 70
Email [email protected]
Preço Entrada livre
Caros amigos,
Em 2006 estou a viver oitenta anos que Deus me concedeu.
“O tempo da alma não se conta.”Camilo Castelo Branco
Uma data aberta ao meu Público com a Arte, já que foi este o dom de Deus que mais marcou, desde criança, a minha vida em Missão.
Nascida nos intervalos das várias Temáticas, que já foram aparecendo, formei ao longo de muitos anos, uma Colecção de quadros muito diversificada. Não duvido que seja insignificante. É. Mas toda surgiu em momentos especiais de contacto com a vida humana, a paisagem e naturezas várias.
Foi um olhar da alma e do coração. O instante da surpresa que nos surge e a que damos forma com grande encantamento.
Em cada quadro a emoção, a entrega interior em tempo de grande concentração.
Ao longo desta Exposição, a Todos acolherei com o afecto de um coração que muito sente cada Pessoa que, com alegria e em jeito familiar, se abeira de mim há tantos anos já.
Irmã Gabriela
Dados Biográficos
Nasceu em 1926 na cidade da Beira, mantendo a nacionalidade portuguesa. Iniciou aos oito anos a sua preparação artística com a noção de uma responsabilidade que lhe era inata e da qual nunca mais se separou. Radicou-se criança ainda, em Lisboa, onde frequentou e concluiu o Curso Geral dos Liceus. Muito conscientemente, em 1946, consagra-se a Deus na Congregação das Irmãs Doroteias.
Embora a expansão da arte não seja o carisma específico deste Instituto, tendo em conta esta vocação de artista, achou seu dever respeitá-la e proporcionar-lhe as condições adequadas para um trabalho sério em função de um Apostolado que, por ser Arte, é essencialmente espiritual. Teve por Mestres os Pintores Emmérico Hardwich Nunes e domingos Rebelo, mantendo por muito mais tempo o contacto com este. Foi subsidiada pela Fundação Calouste Gulbenkian em viagens de estudo, com incidência em Paris –o berço do Impressionismo.
A pedido do público e do seu mestre e amigo Domingos Rebelo, expõe pela primeira vez em 1966, no Palácio – Foz, em Lisboa, com inteira aprovação da Superiora Provincial.
Com raras excepções, o seu movimento de Arte incide em Exposições Temáticas.
“Aquela criança de olhos azuis, cor de céu, revelaria, desde muito cedo, o seu “tesouro de virtualidades” ao desabrochar precocemente para a Arte.
Sendo essa a “ (…) grande riqueza de cada ser anímico amanhecente”, a Irmã Gabriela viria a abraçar, por fidelidade aos seus desígnios mais profundos, as suas grandes paixões que, envoltas num harmonioso conjunto de critérios, viriam a ser assumidos por dupla vocação: a vida religiosa e a pintura. (…)
Ao falar-se da Irmã Gabriela torna-se obrigatório citar o meio ambiente que a envolve: a Quinta do Sardão. Sendo o seu espaço de acolhimento é, também, um lugar privilegiado a propiciar reflexões e emoções. A Irmã Gabriela tem, ali, na sua oficina “um casulo”, onde medita, delineia e pinta. Um oásis onde, por vezes, sacia-se com o vento brando da aragem, dos eflúvios exalados das árvores em flor, do gorjeio das aves que ali têm o seu habitat e pernoitam depois de trinados e chilreios. Até o rouxinol que arriba de Abril a Outubro vem fruir aquela ambiência e agradece com o seu canto ímpar. (…)
Parabéns à Irmã Gabriela pela festejada efeméride, rejubilando pelos oitenta anos que mantém de invulgar frescura.
Afectuosamente, felicito-a ex imo pectore.”
António Joaquim
2006