Encontrado revólver na praia do «Veleiro»(Beira)
Próximo do local onde o corpo do deputado José Mascarenhas terá sido encontrado, sem vida, na manhã de 6 de Março, duas crianças de 7 e 8 anos encontraram 6.ª feira, uma pistola do tipo revolver. Um jovem estudante de 23 anos, Marques Mefino, “foi o primeiro adulto a quem as crianças se dirigiram para revelarem o seu achado”. Ele encontrava-se, segundo as suas declarações à polícia, a estudar nas proximidades e as crianças foram ter com ele para lhe mostrarem a arma. Este comunicou o caso à 2.ª Esquadra da Polícia e uma brigada da PIC esteve no local.
Esta ocorrência deu-se na sexta-feira, dia 17 próximo do meio dia.
O repórter «free lancer» José Chitula esteve no local e pôde constatar que a pistola foi encontrada junto do paredão de defesa marítima da praia de «O Veleiro» na Praça da Independência (ex-Praça da India) “a cerca de 80 passos do local onde o corpo foi encontrado”.
A Polícia revelou ao «Canal» que a arma é de Calibre .32, com tambor para seis balas, da marca «Smit & Wesson», de fabrico americano. Quando foi encontrada tinha no tambor cinco balas prontas a disparar. Faltando apenas uma para que o tambor ficasse repleto, presumindo-se por faltar apenas uma bala que tenha sido esta a arma do crime, que depois do assassinato tenha sido atirada para dentro da água. A arma apresenta, segundo a polícia, sinais de ferrugem.A autópsia revelou que o ex-deputado da AR pela Bancada da Renamo-União Eleitoral e membro da Comissão Parlamentar de Defesa e Segurança, apresentava escoriações graves que sugerem que ele tenha perecido de agressão a que se terá seguido um único tiro na parte lateral do pescoço, da esquerda para a direita.
Entretanto também já foi apurado que o taxi em que Mascarenhas deixou o edifício da TVM (ex-ATCM) ao lado do cinema Novocine pertence a uma empresa denominada «Taxis Marcelo» que possui vários carros de praça.
Os guardas do prédio onde mora Luís Manuel Carrelo, a última pessoa que se conhece a ter estado com o deputado assassinado na Beira e só identificado na morgue três dias depois, revelaram à fonte do «Canal» que ouviram o malogrado a perguntar ao motorista quanto era a bandeirada dali “até ao Miramar” e que o motorista teria dito que “são 50 mil meticais” ao que Mascarenhas acedera.
No «Miramar», este fim-de-semana, foi revelado a José Chitula que a vítima pagou para lá estar 2 noites e foi passado recibo das noites de 2 para 3 e de 3 para 4 de Março. “Saiu dia 4 (sábado) por volta das 9 e 10 horas”.
Na «Pensão Moderna» também confirmaram a José Chitula que José Mascarenhas pagou para dormir lá de 2 para 3 de Março, pagamento do qual “não foi emitido recibo”. Segundo apurou o repórter, Mascarenhas dissera que estava a chegar de Quelimane.
Fica por se saber agora onde José Mascarenhas terá pernoitado de 4 para 5 de Março.Sabe-se, no entanto, que esteve com Luís Manuel Carrelo até cerca das 21:30horas do dia 5 e nunca mais se soube dele até o seu cadáver vir a ser identificado já na morgue na quinta-feira dia 9, se bem que a Polícia diga que encontrou o corpo na Praça da Independência no dia 6, segunda-afeira, de manhã. (Redacção com José Chitula)
CANAL DE MOÇAMBIQUE - 20.03.2006